Chico Otavio e Tatiana Farah
Protestar, ocupar, parar e resistir. A vida sindical parecia
não trazer outros desafios para Wilson Santarosa e seus companheiros, líderes
de jornadas que paralisaram refinarias e campos de produção da Petrobras nos
anos 80 e
A lista, levantada pelo GLOBO, aponta ex-sindicalistas na
presidência e nas gerências de Gás e Energia, Comunicação Institucional e
Recursos Humanos da Petrobras, além da Transpetro e da direção da Petros, fundo
de pensão com 64 mil participantes ativos e patrimônio de R$47 bilhões. Dos 22
nomes, egressos da Federação Nacional dos Petroleiros (FUP) e da Articulação
Sindical, versão da corrente majoritária petista no sindicalismo, 17 são
vinculados ao PT - como ex-candidatos, ex-colaboradores de governo,
ex-parlamentares e doadores de campanha - e um ao PCdoB.
A maioria do grupo militou nas bases de São Paulo e Rio de
Janeiro, mas há também ex-dirigentes da Bahia e do Ceará. Nas greves de 1983,
ano da fundação da CUT, e principalmente de 1995, quando os petroleiros pararam
a empresa por 32 dias, eles forjaram a fama de "ponta firme", gíria
sindical para militante determinado e confiável. Três deles chegaram a
processar a Petrobras e a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Um, inclusive,
acompanhou militantes do MST na invasão da sede da ANP no Rio.
Do discurso inflamado, porém, nada restou. No poder, o grupo
trocou o megafone pelos ternos e os jornais do sindicato pelas grandes
campanhas publicitárias. Alguns compraram empresas. Outros saíram de vilas
operárias para morar em imóveis de bairros nobres. São assediados pela classe
política e empresarial, e já aprenderam a circular em salões e roteiros
internacionais.
Responsável pela verba publicitária, pelo relacionamento com
a mídia e pela distribuição de recursos para programas sociais e ambientais (só
em 2008 foram destinados R$544 milhões para mais de 2.300 projetos), a
Comunicação Institucional é o abrigo preferencial dos ex-sindicalistas. Sete
deles estão lá, entre os quais Wilson Santarosa, ex-presidente do Sindicato dos
Petroleiros de Campinas (SP), que comanda a gerência. Além dessa, as quatro
gerências regionais, a Comunicação de Crise e a Gerência de Relacionamento
(Comunicação interna) estão sob o controle de ex-dirigentes sindicais.
Demitido por greve hoje gerencia crises
O gerente de Crise, Erasmo Granado Ferreira, é o exemplo
mais emblemático dessa mudança de atitude dos sindicalistas. Como dirigente do
SindiPetro de Campinas, partiu para o confronto com a estatal e acabou demitido
na greve de 1983, sendo anistiado em 2004. Hoje, comanda com zelo extremo o
controle de dados que possam comprometer a imagem da empresa.
Com 1.150 funcionários, a Comunicação Institucional gastou
nos últimos três anos mais de R$900 milhões anuais. Seus gerentes são acusados
de favorecer prefeituras aliadas na distribuição de recursos sociais. Este ano,
por exemplo, o PT lidera as prefeituras do Nordeste que tiveram festas juninas
patrocinadas pela empresa - 20 de um total de 86, seguidas pelo PMDB, com 12.
O RH é outro setor estratégico nas mãos de sindicalistas. O
gerente, Diego Hernandes, ex-dirigente do SindiPetro de Mauá, responde pela
relação com sindicatos, associações de classe e a Petros. Apesar da
experiência, a tarefa é espinhosa. O grupo de Diego deixou de ser maioria
absoluta no setor petroleiro - dos 17 sindicatos, seis são dissidentes - e o
gerente, ao lado do presidente da empresa, José Sergio Gabrielli, já foi alvo
de enterro simbólico realizado por aposentados.
No setor de Gás e Energia, o gerente de Desenvolvimento
Energético, Mozart Schmitt de Queiroz, é ex-dirigente do SindiPetro do Rio. Ele
cuida de temas como o biodiesel. Na presidência, eram dois ex-dirigentes, mas o
staff subiu para três com a chegada de Rosemberg Pinto, transferido da
Comunicação após ser alvo de denúncia por uso político de verbas sociais.
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Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos, porque a história de nossos políticos pode causar deficiência moral irreversível.
Este espaço se resume, principalmente, à vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida
pública.
OPINIÕES PESSOAIS
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Sindicalistmo na Petrobras
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