Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos, porque a história de nossos políticos pode causar deficiência moral irreversível.
Este espaço se resume
, principalmente, à vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem
punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que
engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida
pública.


OPINIÕES PESSOAIS

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A QUEDA


 
Artigo escrito por Reinaldo Azevedo

No livro,      Tuma Junior diz ter a convicção de que Luiz Inácio Lula da Silva foi um   informante de Romeu Tuma, então chefe do Dops, lá no fim dos anos 1970,     quando apenas líder sindical. Não é a primeira vez que a, como vamos   chamar?, intimidade de petista com o regime militar é posta em debate. O      delegado sugere que a colaboração tenha deixado rastro e dá uma dica: que       se procurem as contribuições de um certo “Barba” com os órgãos de       repressão. A esta altura, ninguém com um mínimo de honestidade intelectual       pode ignorar que parte considerável do establishment militar via com bons       olhos a emergência política do tal “sindicalista” porque avaliava — e com       razão neste particular — que sua ascensão enfraqueceria os líderes       pré-64 que voltaram ao Brasil com a aprovação da Lei da Anistia. Nesse       sentido, a escrita se cumpriu. O petismo exilou Leonel Brizola no Rio de       Janeiro e Miguel Arraes em Pernambuco. É inegável que Lula cumpriu o       desígnio de quebrar as pernas dos antigos líderes populistas, que       encontraram um novo Brasil ao voltar ao país.

O Lula        “colaboracionista”, pois, é um dado da própria equação. Ainda que seus       propósitos fossem os mais, digamos, puros — criar um partido só de       trabalhadores —, a verdade inegável é que sua liderança rompia duas       pretensões de unidade:

a) a unidade da oposição defendida       pelo MDB;

b) a unidade das esquerdas, que Brizola tinha a       ambição de liderar. E aquilo era música para os estrategistas da       transição, especialmente o general Golbery do Couto e Silva.        

Eu era um   fedelho, militante da Convergência Socialista, e me lembro bem como a  extrema esquerda lia, então, a questão: a: Lula  era considerado um nosso aliado contra a “frente burguesa” que pretendia       se apresentar como “falsa alternativa” (era o que achávamos então) ao       regime; b: Lula era       considerado um nosso aliado contra a “falsa esquerda”, que considerávamos       não marxista (e era mesmo!), que vinha do exílio com pretensões de liderar       as massas, o que       repudiávamos; c: Lula era       considerado um nosso aliado APENAS ESTRATÉGICO, já que julgávamos que ele       não passava de um reformista, com sérios “desvios de direita”, interessado       apenas em reformar o       capitalismo; d: a extrema       esquerda entendia que fortalecer Lula era importante, para que pudesse ser       descartado mais tarde.

Bem, meninos,       é desnecessário dizer que Lula jantou os militares, o MDB, Brizola, Arraes       e a extrema esquerda… Reproduziu na política a sua carreira no sindicato,       conforme demonstrou José Nêumanne Pinto no livro “O que sei de Lula”.        Também ali se acercou do poder pelas beiradas, fez acordos com os       pragmáticos, tomou o poder e deu um pé no traseiro das velhas lideranças.”      

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