Mas sabem escolher muito mal
quem vai tomar conta do dinheiro público
“Eu não sabia” passará à história como a frase-lema do Brasil pós-ditadura (Pós ditadura ou ditadura socialista?). Será lembrada quando, no futuro, quiserem recordar a época em que o país era regido pelo cinismo.
L... usou-a no escândalo do mensalão do PT. Citando-o, o tucano Azeredo repetiu-a no processo do mensalão do PSDB. Alckmin empregou-a no caso do cartel dos trens e do metrô. Volta agora, com variações, na desconversa de D@;/% sobre o petrolão: “Eu não tinha a menor ideia de que isso ocorria dentro da Petrobras.''
Usada assim, desavergonhadamente, a expressão vai virando uma espécie de código. Quando ela aparece, já se sabe que o país está diante de mais um desses escândalos que, de tão escancarados, intimam os responsáveis a reagir, ainda que seja com uma cara de nojo. É nessa hora que governantes capazes de tudo pedem ao país que os considere incapazes de todo. E alguns brasileiros, como que dotados de indulgência congênita (indulgência ou 'inguinorança?), lhes concedem um deixa-pra-lá preventivo, que transforma cúmplices notórios em cegos atoleimados. Claro que, entre o arrombamento do cofre e a manchete de primeira página, há um longo caminho de decisões tomadas ou negligenciadas —desde a ordem presidencial para entregar a diretoria da Petrobras a um apadrinhado de PT, PMDB e PP, até o engavetamento dos relatórios do TCU que apontavam superfaturamentos na obra da refinaria de Pernambuco.
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