Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos, porque a história de nossos políticos pode causar deficiência moral irreversível.
Este espaço se resume
, principalmente, à vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem
punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que
engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida
pública.


OPINIÕES PESSOAIS

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

“Ninguém aguenta mais”




Salim Mattar teve seu primeiro contato com a ideia de liberalismo aos 16 anos, quando o professor de um cursinho noturno obrigou os alunos a ler A Riqueza das Nações, de Adam Smith.
Era o destino.
“Quais as chances de um curso de contabilidade, no interior de Minas Gerais, ensinar um livro tão importante?” Salim parece pensar em voz alta durante um almoço recente em Belo Horizonte, sede da Localiza, a empresa de aluguel de automóveis da qual é fundador, presidente executivo do conselho e um dos maiores acionistas.
O segundo contato veio no ano seguinte, quando leu na revista Visão excertos do livro O caminho da servidão, do economista austríaco Friedrich Hayek, cuja tese central é de que todas as formas de coletivismo, incluindo o socialismo, levam irremediavelmente à perda das liberdades individuais. 
“Li aquilo e pensei: Esse cara está falando coisas que fazem sentido e em que eu acredito.” (A Visão, já extinta, era publicada por um outro liberal, o empresário Henry Maksoud, já falecido.)
Décadas depois, Salim tomou para si a tarefa de disseminar o ideário liberal no País –principalmente agora, depois de 12 anos do PT no poder e do crescimento exacerbado da máquina estatal, da carga fiscal e do discurso antiliberal.
Seu ativismo mais direto começou nos anos 80, período em que foi fundado o Instituto Liberal no Rio, São Paulo e Belo Horizonte, e por meio do qual ajudou a financiar a tradução para o português da obra mais eloquente do ideário liberal: A Revolta de Atlas, de AynRand, uma filósofa russa naturalizada americana. Em 2000, foi um dos fundadores do Instituto Millenium, também voltado para a defesa da livre iniciativa e das liberdades individuais. 
Nos últimos meses, outros empresários fizeram pronunciamentos de viés liberal, com tonalidades distintas. Rubens Ometto Silveira de Mello, da Cosan, citou AynRand num discurso em Nova Iorque. Abilio Diniz disse esperar que o governo “não atrapalhe”, falando de uma medida provisória que prejudicava a BRF, e Benjamin Steinbruch criou o melhor slogan para a tese de que o Estado hoje atrapalha, dizendo que “só louco investe no Brasil.”
De uma hora pra outra, Salim Mattar não está mais falando sozinho.
Abaixo, o que ele acha das eleições que se aproximam.
 
Como o senhor vê o que aparenta ser o fim iminente do ciclo do PT no poder?
Acho que é hora de fazermos uma reflexão. Por que o Brasil está nesta situação, de 12 anos de PT desconstruindo o Brasil? O Brasil só não está pior porque o País é bom demais: é um país rico, com um povo trabalhador e um bom empresariado. Ninguém gosta de colocar o dedo na ferida, mas de quem é a culpa disto?  Para mim, a culpa é do DEM e do PSDB. Com um Fiat Elba, cassaram o Collor, mas com o mensalão, faltou culhão ao DEM e ao PSDB para pedir o impeachment do Lula. Aí dizem: “Mas não havia clima pra isso… Lula tinha tido uma votação maciça..” Pois muito bem, mas e a lei? Onde fica a lei? Uma votação maciça põe um indivíduo acima da lei? O DEM e o PSDB têm um débito com o País. Aliás, nunca souberam fazer oposição e não aprenderam com o PT sendo oposição enquanto governavam.
E a perspectiva de eleição de M..... S....?
 
Todo mundo fala da comoção que foi a morte do Eduardo. Mas tem outra comoção implícita nas pesquisas: a comoção do antipetismo. Você vê que as pessoas querem mudança. M.....  vai ser muito melhor que a Dilma porque vai ‘despetizar’ o Governo. Ao despetizar o Governo, o país melhora. Existe um ranço no atual Governo contra o capital, contra o lucro, contra o livre mercado, contra o capital estrangeiro e contra as liberdades individuais e de imprensa, contra a ética. Qualquer opositor da Dilma que vença vai fazer um trabalho de naturalmente despetizar o Governo. Ninguém aguenta mais! Aquele desabafo do Roberto Setúbal é isso: ninguém aguenta mais a mediocridade. A sociedade clama por qualquer um que não seja o PT.
Tanto faz Marina ou Aécio?
 
Não importa quem seja: o povo está dizendo que é anti tudo que está acontecendo atualmente: o aparelhamento da agências reguladoras, a qualidade da educação, que caiu, as obras de infraestrutura que não foram feitas a tempo… e agora tem essa delação premiada do cara da Petrobras: isso, em qualquer País sério, derruba governo, cai todo mundo! No Brasil, vai ficar por isso mesmo? Qualquer governo novo serve. Um governo que seja pior do que o da Dilma serve, porque vai ‘despetizar’ o Governo. Aécio ainda é para mim o nome certo para consertar o País. Ainda tenho esperança, faltam 30 dias e tudo pode acontecer. Se não der Aécio, que seja a M..... . Com certeza melhor do que ‘tudo isto que está aí’. Quem vencer vai receber uma herança maldita.
O empresariado está tomando posição?
Sou do grupo controlador de uma empresa listada na Bolsa, tenho acionistas, então tento não misturar as coisas, mas eu, como cidadão, não tenho mais como me calar. Estou no limite. Amo este país, acredito nele! É claro que estou colocando mais emoção nas palavras para tocar as pessoas, mas a maior parte do empresariado deseja uma mudança. Muitos não falam porque têm medo de retaliação. Todo dia a gente ouve uma história. Este Governo gera medo nas pessoas usando de sua força, do seu poder.
O senhor acha que os empresários deveriam participar mais do debate de ideias no País?
“Uma coisa é você não querer envolver sua empresa, que tem acionistas que podem até não concordar com você. Mas os empresários poderiam fazê-lo na pessoa física. Poderiam contribuir para a disseminação de idéias que possam garantir amanhã o livre mercado e mais liberdade para empreender. A gente compra seguro contra incêndio, seguro de vida e acidentes… Por que não comprar um seguro para garantir que teremos um livre mercado amanhã?” Geraldo Samor
 

Editorial do Estadão, "As coisas podem não ser o que parecem"  (07.09.2014).

É cada vez menor o número dos que duvidam hoje da derrota de Dilma Rousseff nas urnas de outubro. Mas a probabilidade da vitória de M..... S....  poderá resultar em enorme decepção para quem acredita que o voto na ex-senadora é o melhor caminho para livrar o País do lulopetismo. Esta é a conclusão a que têm chegado, nos círculos políticos de Brasília, petistas e não petistas com algum acesso a L..., a partir da análise de seu comportamento diante de um quadro eleitoral que era impensável pouco tempo atrás. 
Não é de hoje, garantem seus seguidores mais chegados, que L... perdeu a paciência com a campanha da reeleição de Dilma. E não se trata nem de discordar da estratégia, se é que se pode chamar assim, que a presidente e seu círculo de assessores diretos impuseram à disputa. Aos mais íntimos o ex-presidente se tem permitido expressar irritada decepção com a falta de competência política e de carisma de sua criatura. Afirma mesmo, como se não tivesse nada a ver com isso, que ela "não é do ramo". NOTA: ELE É O MAIOR RESPONSÁVEL PELA ELEIÇÃO DE DILMA. MENOR É O POVO IGNARO QUE NELA VOTOU E NELE ACREDITOU QUANDO AFIRMAVA QUE ELA SERIA A MELHOR PRESIDENTE QUE O PAÍS JÁ TEVE.
Diante do provável revés, L.... se esforça para disfarçar o mau humor com um comportamento discreto que o tem levado, para usar uma expressão futebolística tão a seu gosto, a simplesmente "cumprir tabela" na campanha. Mesmo porque uma omissão ostensiva seria inadmissível e a estridência crítica seria contraproducente.
L..., portanto, parou para pensar em si mesmo, entregar os anéis para salvar os dedos e se concentrar em 2018, quando ele próprio poderá tentar, com o prestígio popular que lhe tiver restado, uma volta triunfal ao Palácio do Planalto. E, pelo que dizem ser seus cálculos, a eleição de Marina Silva agora pode ser mais útil a esse objetivo do que a reeleição de Dilma. 
Dilma Rousseff entregará a seu sucessor um país em situação muito pior do que aquele que recebeu de L... há quatro anos. Os indicadores econômicos, financeiros e sociais revelam essa lamentável realidade. O próximo ocupante da cadeira presidencial receberá uma verdadeira herança maldita. Reeleita, Dilma terá de mostrar uma competência que já provou não ter para evitar que a inflação estoure, a recessão econômica se instale, os programas sociais definhem e a companheirada em desespero piore as coisas tentando "salvar o seu". E aí provavelmente nem mesmo Lula seria capaz de operar o milagre de manter o PT no poder em 2018. 
Já M..... S.... na Presidência, com um programa repleto de boas intenções, mas sem nenhuma perspectiva concreta de apoio parlamentar para aprová-lo e de uma ampla e competente equipe técnica para realizá-lo, seria presa fácil de um PT que, na oposição, estaria à vontade para fazer aquilo em que é especialista: atacar, destruir. E depois de devidamente demolida a imagem de Marina, Lula poderia surgir, mais uma vez, como salvador da pátria.  
Mas haveria ainda, segundo essas maquinações, uma segunda hipótese: governar com o PT. M...... não ignora as dificuldades que terá pela frente e tentará garantir o apoio de forças políticas que possam fazer diferença em seu governo. Petistas ou tucanos dariam a M..... apoio decisivo semelhante àquele que o PMDB oferece hoje a Dilma. Mas PT e PSDB dificilmente comporiam juntos uma base de apoio confiável. E, mesmo que os tucanos venham a apoiar M..... num eventual segundo turno contra Dilma, toda a história política da ex-senadora dentro do PT e a aversão aos tucanos que ela não se preocupa em disfarçar indicam que seus parceiros preferenciais seriam os petistas. 
Reforçaria essa hipótese o fato de que M..... tem feito acenos de boa vontade a L..., como a reiterada manifestação de que não seria candidata à reeleição em 2018 (O EX-PRESIDENTE PETISTA NÃO VIVERIA ATÉ LÁ PARA SE CANDIDATAR EM 2018) e de que estaria disposta a não desalojar completamente o PT de seu governo, promessa implícita na garantia de que pretende governar "com todos os partidos". 
Seja como for, L. parece estar assimilando bem - e talvez até desejando - uma vitória de M..... S...., que trabalharia para caracterizar como uma derrota de Dilma e não do PT. E o PT estaria, tanto quanto seu líder máximo, preservado do inevitável desgaste de mais quatro anos de barbeiragens políticas e administrativas. 
A ser isso verdade, votar em M...... com a intenção de cravar uma bala de prata no coração do lulopetismo seria comprar gato por lebre.
 

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