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Minha história é semelhante à de milhares de outros brasileiros. Lutei contra a ditadura militar e pelas eleições diretas, aspirei muito gás lacrimogêneo, não fui preso por ter conseguido correr mais que meus perseguidores, mas não me livrei de ser brutalmente agredido pela tropa de choque da Polícia Militar durante manifestação pacífica na Esplanada dos Ministérios em Brasília. Embora sem ter jamais me vinculado a qualquer partido político, para poder manter a liberdade e a responsabilidade por minhas escolhas, participei ativamente de movimentos políticos em defesa da cidadania e das campanhas que levaram o representante do Partido dos Trabalhadores ao poder.
Como milhares de outros brasileiros, senti-me traído pelo PT, que se desviou dos princípios de ética e de respeito à coisa pública que pregava quando partido de oposição e passou a considerar o poder, não como um meio para beneficiar o povo e a nação, mas como um fim em si mesmo. Para isto, o partido se transformou em uma organização criminosa que se apoderou de todas as instituições rentáveis do país e as deixou sob a influência de comparsas com o compromisso de delas tirar o que fosse possível para alimentar seu projeto de poder. E assim, as instituições que haviam escapado ao processo de privatização do governo anterior foram devidamente aparelhadas, dilapidadas e só não foram destruídas para não se perder a fonte de renda para a manutenção da corrupção.
O custo do projeto de poder do PT tem sido trágico para o país. Atualmente o Brasil, a sétima maior economia do mundo, está em 85º lugar no índice de desenvolvimento humano, é considerado um dos 35 piores países do mundo em educação, segundo estudo do Fórum Econômico Mundial, está em último lugar no ranking de eficiência de serviços de saúde entre os 48 países avaliados e é considerado o 18º país mais violento do mundo. Segundo dados do Ministério da Saúde, no período de janeiro de 2010 a julho de 2013, quase 13 mil leitos foram desativados na rede pública, apesar do aumento de demanda da população. A Diplomacia brasileira, uma das mais respeitadas do mundo no passado, hoje é motivo de chacota internacional por sua inexpressividade e subserviência ao alinhamento ideológico, enquanto que a chefe do estado brasileiro envergonha seu país ao expressar suas idéias obtusas e absurdas sobre política externa em fóruns internacionais. A Petrobrás, conquista de gerações de brasileiros e real motivo de nosso orgulho, foi transformada em balcão de negócios entre empresários corruptos e políticos corrompidos, sob o olhar benevolente dos petistas donos do poder.
Porém, pior que a destruição sistemática do Estado brasileiro e do descrédito progressivo em suas instituições, o legado mais perverso do petismo tem sido o de alimentar o vazio de valores positivos em que se encontra a sociedade brasileira e destruir a esperança em um futuro melhor. Nossas crianças e jovens estão crescendo embalados pelos exemplos de seus governantes e políticos de que o fim justifica os meios, especialmente se estes não forem descobertos. E mesmo quando as falcatruas são descobertas, sempre se encontram meios para a impunidade, e pouca importância se dá ao impacto sob a opinião pública porque se conta com o grau de anestesia do senso de honradez e de dignidade em que ela se encontra.
Precisamos reaprender a nos indignar. Precisamos restabelecer um sistema de valores positivos na sociedade brasileira. Precisamos reencontrar razões para nos orgulharmos de sermos brasileiros. Precisamos evitar que o petismo continue no poder: nosso país não resistirá a mais quatro anos de desatinos. Farei minha parte, mesmo que isto implique em votar no candidato do partido que eu antes combati.
Eduardo Tosta
Médico, professor e brasileiro indignado.
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