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Eis aí um jornalista espanhol dizendo com precisão e leveza o que levou Aécio à vitória.
Em artigo publicado no El País, mais importante jornal espanhol, intitulado "O segredo da virada de Aécio Neves", Juan Arias escreve o que os jornalistas brasileiros sabem, mas têm medo de escrever, patrulhados pela esquerda nojenta que domina as redações. Leia abaixo.
Em artigo publicado no El País, mais importante jornal espanhol, intitulado "O segredo da virada de Aécio Neves", Juan Arias escreve o que os jornalistas brasileiros sabem, mas têm medo de escrever, patrulhados pela esquerda nojenta que domina as redações. Leia abaixo.
Aécio Neves não só foi a surpresa final deste primeiro turno das eleições presidenciais brasileiras como também sua vitória, maior do que a prevista em todas as pesquisas, deve-se a ele pessoalmente. Tratou-se quase de um fenômeno em termos de psicologia: sua capacidade de reação frente a uma derrota anunciada e de alguma forma já aceita até por seu partido.
Neves cresceu em vez de se apequenar quando o terremoto Marina Silva o esmagou de tal forma que ele foi inclusive aconselhado a desistir. Arregaçou as mangas e anunciou que seria o vencedor capaz de disputar um segundo turno contra a Presidenta candidata Dilma Rousseff, que era tudo o que o partido dela, o PT, não desejava.
Sua posição de terceiro na disputa, um candidato em quem ninguém apostava diante da força da ecologista Silva, o levou a reagir inclusive nos debates, que acabou vencendo.
Não sei se conscientemente ou não, o que garantiu a vitória a Neves foi o fato de ter aparecido em todas as suas manifestações exteriores, entrevistas e debates, como o mais brasileiro de todos os candidatos. Revelou isso de modo cristalino em sua despedida de um minuto e 40 segundos no último e mais importante dos debates televisivos, o da TV Globo, com 50 milhões de telespectadores.
Apesar de aparecer naquele momento como derrotado em todas as pesquisas, Aécio, ao contrário das suas duas adversárias principais, Rousseff e Silva, dirigiu-se à audiência com coração brasileiro, exalando confiança, ou seja, sem dureza, sem agressividade, agradecendo o carinho recebido em suas peregrinações pelo país, revelando sua vontade de prosseguir na disputa, e com a certeza da vitória.
Apresentou-se como candidato de todos os brasileiros, aos quais ofereceu certezas e capacidade de Governo, assim como a segurança de que possuía a receita para levantar o país da sua atual frustração. Emocionou-se e apelou à esperança hasteando a bandeira da mudança que a rua pedia. Foi naquela hora o único que acabou sendo aplaudido pela plateia presente.
Ex-senador e ex-governador do segundo Estado mais populoso do país, Minas Gerais, revelou em suas discussões com a candidata que liderava as pesquisas, Rousseff, sua capacidade dialética e uma forma firme, mas ao mesmo tempo brasileira, ou seja, não raivosa, de enfrentar suas adversárias políticas.
Aécio sempre foi criticado, quando na oposição, por não saber bater de frente com o governo. Atribuíam isso a esse espírito mineiro, mais propenso ao diálogo e aos acordos do que à guerra. Com esse espírito desarmado, enfrentou uma campanha levada a cabo sob o signo dos golpes baixos, sem se deter nem mesmo diante da mentira e das desqualificações pessoais.
Neves nunca caiu nessa armadilha e prosseguiu firme em seu esquema, convencido de que, apesar de ter sido quase selada sua derrota, ele continuava acreditando com fé firme em dar a volta por cima.Os votos reais, contrariamente ao que as pesquisas anunciavam até os levantamentos de boca de urna, o colocam a seis pontos da Dilma, muito pouco quando se pensa em como ele estava ao iniciar a aventura.
Dilma, que conseguiu menos votos do que na primeira vez em que foi escolhida, em 2010, agora enfrentará Neves, que aparece como surpresa ganhadora e que poderia contar a seu favor com até 60% dos votos da perdedora Marina.
Ele, que já foi surfista, lançou o slogan de que a “onda da razão” havia se erguido no mar da campanha, contra a onda do sentimento. Seu êxito consistiu em saber, com teimosia, querer ganhar. Também contribuiu para isso sua campanha propositiva e de esperança, as duas fibras do atual coração brasileiro: o afeto e ausência do medo e o sentimento dos brasileiros que, em junho de 2013, haviam começado a usar a razão para exigir um Brasil melhor, que é o que prometeu criar o candidato mineiro, prudente e ao mesmo tempo tenaz.
O PSDB derrotou o PT em São Bernardo do Campo, cidade onde o partido nasceu e onde mora o seu fundador, L.... I..... L... da S...., mais conhecido como L.... No Pernambuco, estado natal do ex-presidente, o PT não elegeu nenhum deputado federal, não elegeu o senador e elegeu apenas três deputados estaduais. Uma catástrofe política. Aécio venceu Dilma em 88% das cidades paulistas e Alckmin perdeu para o PT em apenas um município entre os 645 do estado. As pesquisas, que davam até a possibilidade de Dilma vencer no primeiro turno, mostraram a candidata petista se arrastando no limite de 40%. Nunca o PT foi tão rejeitado. Tendo toda a máquina na mão, foi o partido que mais perdeu deputados, o que significa 18,6% a menos no fundo partidário, no tempo de TV e muito menos poder para negociar posições na Câmara dos Deputados. Há um antipetismo crescente tomando conta do Brasil. Com o mesmo tempo de TV, neste segundo turno, Aécio vai falar com os pobres em igualdade de condições, retirando as algemas do medo, colocado nos mais pobres pelos mentirosos que usam o Bolsa Família como instrumento de tortura contra dezenas de milhões de brasileiros. Ninguém aguenta mais as mentiras do PT. Ninguém aguenta mais a corrupção do PT. Ninguém aguenta mais os mensalões do PT. Ninguém aguenta mais a inflação do PT. Ninguém aguenta mais a recessão do PT. Durante todo o primeiro turno, eles esconderam a bandeira e o símbolo do partido. Agora ele será escancarado e o dedo será posto na ferida. É hora de cravar a estaca no coração destes vampiros que sugam os cofres públicos. Fora, PT!
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