Para não esquecerem do caso e do descaso do governo com a coisa pública !
E para que nunca esqueçam que essa empulhação foi apenas mais uma.
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Opinião de um engenheiro que sofreu muito com o problema da seca no Nordeste:
Diz o engenheiro Aldo:
Você mexeu com um assunto (a transposição que nunca foi feita) que me deixa extremamente revoltado. A revolta é por tudo o que você mostrou, com o que eu concordo integralmente, mas há muito mais. Essa transposição, por si só, não vai resolver nada. Não basta levar – a peso de ouro – o mais brasileiro dos rios para a região da seca. Se a presença dele nessa região fosse suficiente, o sudoeste da Bahia não seria a zona mais M I S E R Á V E L do Estado. E o rio São Francisco está lá, lindo e majestoso. É que, para se aproveitar um rio, é preciso vencer a gravidade, transportando suas águas do vale por onde elas correm até os terrenos mais altos aos quais vão irrigar. Esses demagogos desonestos e, principalmente, ignorantes, que infelicitam o nosso país acenam com a mentira que a transposição, por si só, deixará tudo resolvido. Ela é caríssima e não vai resolver. O meu grande sonho de engenheiro sempre foi realizar obras úteis com um gasto mínimo. Esse assunto da seca mexe muito comigo, e é fácil de entender por quê. Meu pai nasceu no Piauí e foi criado no Ceará. Pouco depois da adolescência, sem perspectivas de trabalho naquela região miserável, viu-se obrigado a ´´ganhar o mundo´´. Andou por Goiás, Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, etc. etc. Quando ele estava no Espírito Santo, eu apareci para lhe fazer companhia. Ele nunca mais pôde voltar às origens, naquele tempo esses deslocamentos eram muito difíceis. Não havia estradas e o transporte marítimo de cabotagem era muito caro para as pequenas possibilidades dele. Morreu com pouco mais de quarenta anos, eu tinha apenas 12. Você bem pode entender agora por que eu sou tão fascinado pela solução do problema da seca. Nas minhas divagações de engenheiro e de filho de nordestino, eu penso muito nos grandes lençóis subterrâneos. Em meus vôos mentais, eu vou buscar essa água associando a energia eólica a sondas do tipo daquelas que a Petrobrás usa pra trazer petróleo. Agora, o principal: os terrenos da região seriam estudados topograficamente de modo a se poderem armazenar as águas bombeadas em lugares altos, tirando proveito da gravidade durante a sua utilização. A irrigação, assim, seria mais fácil e muito mais barata. Bem, por hoje, acho que já sonhei bastante. Desculpe o tempo que lhe tomei. Um abraço. Josino
Sabem quem se deu bem com essa... transposição ?
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