Gerais já
Só eleições gerais, abertas a independentes,
podem trazer novos políticos,
com novas ideias e sem velhos vícios
Nelson Motta
Há certos momentos na vida em que não se quer dormir e nem ficar acordado. Sem vontade de lembrar, nem de esquecer. Sem querer partir e nem ficar. É como estou vivendo o momento brasileiro. Não tenho mais excitação com as prisões e revelações de grandes escândalos de corrupção de empresas e políticos.
Tento acreditar que a justiça será feita, um dia, mas, se depender da segunda turma do Supremo Tribunal Federal, esse dia será igual ao “grande amanhã” dos velhos jovens esquerdistas dos anos 1960, que ainda não chegou.
Quando a maioria do país gritava “chega Dilma”, por incompetência e irresponsabilidade, a minoria esperava que Temer fizesse um governo melhor, porque pior seria impossível.
Agora todos gritam “fora Temer”, e ele está completamente desmoralizado, como representação arquetípica, em seus métodos e sua linguagem, da velha política, que arruinou o Brasil pela esquerda e pela direita.
Diretas já? É pouco. Também é preciso renovar totalmente a Câmara e o Senado com eleições gerais.
Que sentido teria elegermos um presidente para jogá-lo nos braços desse Congresso de réus, indiciados e investigados?
Por melhor que seja, para governar, ele teria que fazer coalizões, bases aliadas, maiorias eventuais, trocando cargos por votos, protegendo ladrões, apodrecendo a política, e mantendo os mesmos vícios que nos levaram aonde estamos.
A grande bancada de corruptos que domina o Congresso não tem autoridade para eleger a Miss Bumbum 2017. Vão eleger o presidente? Vão votar uma emenda constitucional pelas diretas já? Quanto valerá, em cargos, depósitos ou malas de dinheiro, um voto?
Só eleições gerais, abertas também a candidatos independentes, podem trazer novas gerações de políticos, com novas ideias, sem os velhos vícios, gente sem experiência com a política tradicional, sindical, estudantil, que possa representar os direitos e anseios de seus eleitores.
Começar de novo. Sim, é possível que eles sejam devorados pelas velhas raposas de sempre, mas não aguento mais ver as caras e ouvir as vozes desses temers, renans, aécios, lulas, moreiras e padilhas querendo salvar o Brasil.
ALGUÉM SUPORTA MAIS
VER A CARA DE ALGUM
POLÍTICO BICHADO ?
Seria preciso, sim, começar tudo de novo, evitando deixar algum político antigo para não contagiar os novos, como acontece quando colocamos uma laranja estragada no meio de outras. Só que eles nunca permitirão isso, porque não querem 'largar o osso' de jeito nenhum.
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