... para se enforcar
Depois de atingir a Prefeitura do Rio de Janeiro, Crivella pretende alcançar a Presidência da República. Não há nada melhor para uma pessoa "se queimar" logo de uma vez do que ter que gerir uma cidade como a nossa, ainda mais sem dinheiro para cumprir ao menos suas obrigações.
A dura realidade não só carioca mas de todo o Brasil, afundado em sérios problemas financeiros, obra petista, está no artigo abaixo do Governador Pezão.
A falta de dinheiro vai atingir, também, a Prefeitura da cidade, deixando-a cada vez mais frágil..
Não adianta pensar em cargos, são necessárias soluções, pois elas serão cobradas pela população, que viu o país ser destruído durante esses longos 13 anos e nada fez. O povo deseja milagres e eles jamais serão feitos, nem mesmo pedindo a ajuda divina.
Sem botes
salva-vidas
Luiz Fernando Pezão
O anunciado
naufrágio fiscal do setor público brasileiro tem um detalhe: é uma embarcação
sem botes salva-vidas. Temos visto nos últimos tempos grupos e corporações
agarrando-se a privilégios, talvez na esperança de se salvarem quando o navio
afundar. É ilusão: a indesejada, porém possível, quebra final das finanças
públicas será um tsunami que atingirá a todos.
Atingirá os
servidores públicos pela simples razão de que, sem dinheiro, não haverá como a
União, os estados e os municípios honrarem os compromissos. Atingirá os
aposentados do serviço público e do regime geral, pelo mesmo motivo. Atingirá,
obviamente, a população que precisa dos serviços públicos. E atingirá o
conjunto da população pela conta da inflação e do provável aumento de impostos.
Não entendam essa
minha manifestação como alarmismo. Não é. É realismo. Nas crises, especialmente
nas muito graves, o autoengano costuma ser uma forma predileta de escapismo.
Não vamos nos enganar. E não vamos, por favor, tentar enganar a população,
especialmente os que mais precisam do governo. Que são os que sempre mais
sofrem nas grandes crises.
Infelizmente, e aí
não há como todos os gestores públicos escaparem da responsabilidade, as
finanças do Estado brasileiro estiveram até hoje programadas para crescer
independentemente de o país e a arrecadação crescerem. Enquanto a economia se
expandia, isso funcionou. Agora, depois de dois anos de recessão e de grandes
impactos nas principais áreas da infraestrutura, isso acabou. A hora é de
encarar os fatos.
Precisamos conter a
expansão das despesas de custeio do Estado. Na melhor das hipóteses, para
retomar a capacidade de investimento, a única maneira de gerar empregos e
aumentar saudavelmente a arrecadação. Na pior das hipóteses, precisamos disso
para evitar o anunciado colapso final.
Precisamos tomar
medidas imediatas para libertar as forças produtivas empresariais. E aí a
sobrevivência deve vir antes da ideologia. O Estado brasileiro não tem a
capacidade e a agilidade para prover os investimentos necessários para que os
hoje 12 milhões de desempregados vejam a luz no fim do túnel. E a solução desse
problema não pode esperar, pois agrava-se a cada dia.
Precisamos também, finalmente,
tomar medidas para que os que podem mais e têm mais paguem mais, e os que têm
menos e podem menos paguem menos. É hora de enfrentar a cruel e regressiva
estrutura tributária. Isso liberará recursos para o consumo e o investimento da
ampla massa da população, com o objetivo de reativar nosso mercado interno. E
promoverá justiça tributária.
Essas são algumas ideias, que
tenho debatido com colegas governadores e com o governo federal. Se alguém tem
uma ideia melhor, estou aberto a ouvir. Se discordam, estou aberto a dialogar.
O que não é possível é agarrar-se à falta de consenso para daí não fazer nada.
O barco está afundando, e não há botes salva-vidas.
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