Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos, porque a história de nossos políticos pode causar deficiência moral irreversível.
Este espaço se resume
, principalmente, à vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem
punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que
engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida
pública.


OPINIÕES PESSOAIS

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Viva Barbosa! - artigo de Luiz Garcia


 
Viva Barbosa!  - artigo de Luiz Garcia
 
É certo que Dirceu não sequestrou criancinhas nem matou para roubar. Mas seu comportamento como homem público é triste exemplo de abuso no mais alto escalão.
 
Um observador leigo — e, por isso mesmo, inevitavelmente ingênuo — pode acreditar que existem dois Supremos Tribunais Federais em Brasília: um, com a presença do ministro Joaquim Barbosa na presidência da Casa, e outro quando ele está ausente. 

Seria exemplo disso um episódio recente: nas férias de Barbosa, o vice-presidente do STF, Ricardo Lewandowski, decidiu que a Vara de Execuções Penais deveria examinar com urgência um pedido do condenado José Dirceu para trabalhar fora do presídio. Em princípio, não há nada de irregular nisso. É um benefício ao alcance de todos os presidiários de bom comportamento. Mas, obviamente, concedê-lo não deve depender unicamente disso. 

Um observador totalmente leigo — como é o caso aqui — pode imaginar que essa colher de chá também depende de outros fatores. Por exemplo, a gravidade do delito que levou Dirceu para a cadeia. É certo que ele não sequestrou criancinhas nem matou para roubar. Pode-se ter como certo que sua presença nas ruas não assustaria crianças e velhinhos. Por outro lado, seu comportamento como homem público é um triste exemplo de abuso no mais alto escalão do Poder Executivo. 

Em tese, a decisão de Lewandowski nada tem de irregular. Mas o processo que levou à condenação dos envolvidos no escândalo do mensalão teve certamente um efeito salutar no clima político de Brasília. Sua condenação, e do resto da quadrilha, foi, com certeza, uma prova saudável e sempre indispensável de que a democracia brasileira não fecha os olhos ao eventual comportamento criminoso de homens públicos. Como muita gente sempre pensou, para tristeza dos honestos e alegria dos que mamam, ou gostariam de mamar, nas ricas tetas do Estado. 

O ministro Barbosa, que foi o relator do processo do mensalão, voltou das férias a tempo de revogar a decisão infeliz — para usarmos um adjetivo generoso, sem qualquer malícia — de Lewandowski. Principalmente, porque o presidiário Dirceu é acusado de mau comportamento como presidiário, por usar um celular na sua cela, o que é proibido  (*). 

O caso ainda não terminou: os advogados do presidiário Dirceu pretendem que o plenário do STF revogue a decisão do seu presidente. Não é impossível que isso aconteça. Mas seria um triste exemplo de que há dois tipos de internos nas celas do presídio de Brasília: cidadãos comuns e outros, que ainda se agarram aos privilégios que, pelo menos supostamente, perderam por mau comportamento nos corredores do poder.


(*)  Não se admite o uso de telefone celular nos presídios, mesmo que eles sejam  bem aproveitados  para o comando de facções criminosas (venda de drogas, por exemplo),  mas aqui se permitem furtos e roubos. Isso é que é um país vermelho!  Red blocks em quem merece.  Se for white, então, que se dane.  Quem mandou que fosse branco, que nunca invadisse terras abandonadas ou fosse honesto?  EM TERRA DE BANDIDOS, SÓ SERÁ ''REI'' QUEM FOR LADRÃO.






 

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