"É angustiante. Às vezes,
não consigo dormir pensando no que construí nos últimos quinze anos - e em como
tudo isso desmoronou em questão de meses", conta Anderson de Souza,
pequeno empresário da periferia de Salvador que acaba de fechar seu negócio na
área de distribuição de bebidas. (Palavras de Anderson de Souza que precisou fechar seu negócio)
Segundo dados do IBGE, o desemprego ficou em 5,3%
em janeiro, contra 4,3% em dezembro e 4,8% no mesmo período de 2014. A taxa
ainda está em patamares historicamente baixos, mas essa alta de 1 ponto
percentual significa que o número de pessoas desocupadas aumentou 22,5% no mês
passado.
“A questão é que a alta do custo de vida está reduzindo seu acesso a
alguns bens de consumo. Pode ser que o fato da luz estar mais cara faz com que
não sobre para o mercado. Ou que os carrinhos estejam mais vazios porque os
preços dos produtos subiram.” Dito por Renato Meirelles, diretor do instituto Data Popular, que concluiu que 47% dos brasileiros da classe C dizem estar comprando
menos produtos no mercado hoje do que há seis meses
"Temos
estudos mostrando que, desde 2013, já houve uma piora na questão da mobilidade
social - as pessoas não só pararam de melhorar como começaram a piorar. E esse
processo deve acelerar com um aumento do desemprego."
SONHOS
QUE VIRARAM PESADELO:
"Consegui
melhorar muito a vida da minha família porque meu negócio prosperou. A demanda
só crescia. Há pouco mais de um ano, porém, isso começou a mudar."
A queda
drástica das vendas, combinada com dois assaltos, levaram o comerciante a
fechar a distribuidora. Ele também se endividou para tentar salvar seu negócio
– e sua situação financeira se complicou ainda mais.
"A
Copa foi uma grande decepção: achava que ia salvar minhas vendas, mas se alguém
ganhou dinheiro com os jogos, não foi aqui na periferia", diz ele.
"Além
disso, há alguns anos, meu filho foi contaminado por uma superbactéria e, não
fosse a rapidez com que foi atendido e diagnosticado em um hospital privado,
provavelmente estaria morto hoje."
Eurivan
Sales trabalhava no complexo petroquímico do Comperj, polêmica obra da
Petrobras em Itaboraí, no Rio de Janeiro. Hoje, é um dos 2.500 funcionários da
empresa Alumini Engenharia sem salário há três meses. Outros 469 já foram
demitidos, mas receberam apenas parte de suas verbas rescisórias.
"Há
muito desemprego, os comércios não vendem e alguns estão fechando. As
perspectivas de conseguir trabalho por lá são nulas", conta. Eurivan
diz que desde o ano passado "sua vida virou de cabeça para baixo".
"Estou
morado na casa de um amigo, porque não tinha como pagar o aluguel. E não vou
poder mais ajudar a financiar os estudos de minha filha mais nova - ela estava
fazendo cursinho para entrar na faculdade, além de curso de inglês",
conta.
NÃO SE DEIXE ENGANAR!
Um dia você vai descobrir que foi ludibriado e não sabia!
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