Ricardo Noblat
05/08/2015
O que dirá o PT se João Vaccari, ex-tesoureiro preso em Curitiba, firmar
acordo de delação premiada e contar tudo ou grande parte do que sabe?
E se ele admitir que de fato roubou para encher as burras do partido e o
próprio bolso? O PT dirá que não sabia?
Dirá que, a exemplo de Delúbio Soares, um dos mensaleiros condenados,
Vaccari era o único responsável pelas finanças do partido?
E que todos confiavam nele, todos o tinham como honesto, e todos, por
isso mesmo, estão agora perplexos?
Quem acreditará mais nisso?
É bom que o partido monte vários cenários e se prepare para todos eles.
No caso da nova prisão de José Dirceu, não parecia preparado.
Olho no Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, ligado a Dirceu. Ele vai
abrir o bico. E promete entregar políticos graúdos.
Duque operava para o PT como é público. É dono de segredos preciosos.
Sua capacidade de produzir estragos não deve ser subestimada.
Não aposte tudo no silêncio de Marcelo Odebrecht. Ele é muito jovem e
ambicioso para aguentar calado a ameaça de uma longa pena.
Prepare-se, também, para a eventualidade de Lula ser chamado a prestar
esclarecimentos. Não falo em prisão, mas em depoimento.
O presidente do PT disse que todos são inocentes até prova em contrário
e condenação final. Vale para Dirceu. Deve valer para Lula.
Como observou um procurador da Lava Jato, qualquer cidadão pode ser
investigado e deve prestar as informações que a autoridade lhe peça.
Por suposto, vale para L---, cidadão que é.
Não me venham depois com choramingas.
Nem com teorias conspiratórias.
Se avisados não foram, avisados estão.
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