Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos, porque a história de nossos políticos pode causar deficiência moral irreversível.
Este espaço se resume
, principalmente, à vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem
punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que
engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida
pública.


OPINIÕES PESSOAIS

domingo, 30 de agosto de 2015

Tesão! - Tony Bellotto

 
 

"Cunha, guerreiro! Do povo brasileiro!" É pra rir? Ah, bom

RIO - Sexo oral.
Falemos de sexo. Sim, chega de baixo astral, crise política, corrupção, inflação e desemprego. Merecemos um descanso. Tratemos do assunto essencial, aquele que brilha os olhares, acelera corações, intumesce tecidos cavernosos e esponjosos e faz brotar insuspeitas umidades por reentrâncias anatômicas. Lubrifiquemos com os óleos potentes da fantasia nossas mentes cansadas de tanta rotina chocha. Evoquemos o sexo oral, anal, grupal, total. Delícia. Entreguemo-nos a delírios lúbricos de imaginárias surubas, bacanais, ménages e orgias. Venha, acompanhe-me, o domingo sugere desprendimento e transcendência, não permitamos que a mediocridade e a lassidão do dia a dia nos resumam a seres esvaziados de libido e capacidade de sonhar. Deixemos que o fôlego nos falte e que vinhos luxuriantes de Dionísio nos inebriem e nos conduzam a uma cena de filme de sacanagem… peraí, problema. Acho que vamos ter de parar, desculpe. Ei, parou, parou! Eu sei, você estava pegando um pique, eu também, mas vamos ter de parar. Recomponha-se. É que as imagens de Dilma Rousseff, Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha vieram-me à mente. Acontece.

Quarteto Fantástico.
Por favor, não desista de ler. Não me abandone neste momento crucial. Nem pense que a sugestão de falar de sexo foi só um truque para atrair sua atenção. Eu tentei, juro, conclamar a esta crônica ninfas safadas, cortesãs experientes, sátiros sarados e efebos saltitantes. Mas à minha mente chegou primeiro o sinistro quarteto fantástico de Brasília: Mulher Invisível, Senhor Fantástico, Tocha Humana e o Coisa. E, como lhes é rotineiro, não quiseram largar o osso. Você sabe como políticos e super-heróis podem ser persistentes. Não quero dizer com isso que eles não devam frequentar fantasias alheias, claro. Tem gosto pra tudo. O problema é que quando penso em Dilma, Temer, Renan e Cunha, eu simplesmente saio do clima, entende?

Fica, Dilma!
Mas sigamos em frente, vejamos a que nos conduzem os pensamentos brochantes. Sou desses que estão de saco estourado pela corrupção, incompetência e arrogância do governo. Mas para a infelicidade dos jihadistas do Estado Petista, que reduzem tudo a um maniqueísmo rastaquera, continuo um defensor intransigente da democracia, justiça social e liberdades individuais. Acreditava até hoje que se o impedimento de Dilma não se desse por vias democráticas, que ela tivesse ao menos a dignidade de renunciar ao cargo. Mas agora, ao me debruçar (sem duplo sentido) sobre o tema, deparo-me com o seguinte e pavoroso quadro: num eventual impedimento (ou renúncia) de Dilma Rousseff, seu sucessor seria o vice, Michel Temer. E, no caso de impedimento deste, Eduardo Cunha assumiria o posto. Por fim, se Eduardo Cunha sofresse também um impedimento (ou renunciasse), teríamos o Renan Calheiros a presidir a nação. Socorro! Sabe o quê? Mudei de posição: Fica, Dilma! E garanto que minha repentina virada nada tem a ver com o Kama Sutra. 

A Mulher Invisível.
“À mulher de César não basta ser honesta. Ela tem de parecer honesta”, diz o provérbio romano. Aos políticos brasileiros não basta ser desonestos, eles têm de parecer desonestos. Quem pode confiar nesses seres rapinantes de conversa mole? Nas democracias, políticos e governantes suspeitos ou acusados de crimes se afastam de seus cargos para se defender e só retornam a suas funções caso sejam inocentados. O problema é que se tal procedimento for adotado aqui, talvez não sobre ninguém para comandar a nação.

O Coisa.
Analisemos o caso de Eduardo Cunha, o homem que tapa a boca com as mãos para impedir que jornalistas captem de seus lábios as eventuais perfídias que dali emanem. As acusações que recaem sobre ele dariam para esgotar o estoque de prontuários de qualquer delegacia, mas ainda assim segue impávido, e chegou ao cúmulo de, num evento recente, ser ovacionado por meia dúzia de ratos pingados (e provavelmente contratados) que bradavam à sua passagem: “Cunha, guerreiro! Do povo brasileiro!”. É pra rir? Ah, bom. Entre as acusações contra o Coisa, uma particularmente chama a atenção: a suspeita de que tenha usado igrejas evangélicas para lavar dinheiro. Alô alô, Ministério Público, quando serão finalmente desmascaradas as quadrilhas demoníacas que usam religião para explorar o povo e roubar e lavar dinheiro ilícito?

Tesão?
Eu devia ter continuado a falar de sexo, eu sei. Mas sabe o que mais me preocupa? Estou começando a sentir tesão de falar de política. Reparou como eu me animei com essa lama toda? Alguém aí conhece um bom psicanalista?


 
DEPOIS DA ORGIA BRASILIENSE,
TODOS OS BRASILEIROS PRECISAM DE UM BOM PSICANALISTA,
POR NOS FALTAR UM MAIOR TESÃO.




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