Sob o título “Cartas na mesa!”, o artigo a seguir é de autoria
do desembargador Edison Vicentini Barroso, do Tribunal de Justiça de São Paulo,
que assina o texto como “magistrado e cidadão brasileiro”.
***
Recentemente, o ex-presidente L--- afirmou que, se preciso, disputará a Presidência da República em 2018 – para derrotar a oposição! E o diz em meio à situação caótica do País, fora dos trilhos por ação direta dele, do PT e de Dilma Rousseff.
Ninguém se iluda: ele será candidato, porque traz a certeza da
reeleição, apostando na habitual ingenuidade do brasileiro. Vaidoso, o
manda-chuva sempre quis aparecer, sem se dar conta de que a vontade popular
quer que ele desapareça da vida política nacional.
Diz que o PT não está acabado. Legalmente, ainda não! Politicamente,
sim!
Qual a razão? Por haver arruinado o Brasil, minado e dinamitado não só
em sua economia, mas, principalmente, pela corrupção nele instalada, pelo
aparelhamento absurdo e imoral do Estado brasileiro.
L--- vai viajar pelo país. O BONECO PIXULECO TAMBÉM ! Tentará melhorar a imagem do PT. Há como?
Hoje, até o mais alienado dos brasileiros sabe do que esse partido fez e
faz, do que fez Lula e faz Dilma, do buraco em que nos meteram, das
consequências do ‘furacão petista’.
L--- afirma que o povo brasileiro não ‘aceita golpe’. De fato, depois do
golpe petista, capitaneado por suas figuras mais influentes – das quais ele é o
líder maior –, o Brasil está falido, no chão, de bruços e a braços com uma
crise de corrupção nunca dantes vista e/ou experimentada.
Caso as instituições efetivamente funcionem, quem disse que haveremos de
esperar 2018, aguardar a eleição presidencial daquele ano? O voto dado não
legitima o mau passo! A lei aí está. Basta seja cumprida, para punir a quem o
mereça – seja ‘nobre’ ou ‘plebeu’, seja homem do povo ou presidente da
República.
Numa democracia de verdade, as leis são positivamente aplicadas – sem
ver a quem! Pau que dá em Chico dá em Francisco! O Brasil não pode mais
esperar. Tomado pelo crime organizado, para desorganizar a vida de cada um e de
todos nós, os últimos anos estão a traduzir retrocesso de mais de cem anos. É
preciso voltar a respirar – ares de decência, honestidade, honradez.
L--- aposta na falta de memória da população. Quando não, em sua memória
curta! Chefe e comandante do PT, proclama-se salvador da pátria.
Justo ele, início, meio e fim das dores pelas quais temos passado. É que
ele não dá ponto sem nó! Tudo que dele sai tem um propósito, uma segunda
intenção.
L---, o ‘deus petista’, a eminência parda, a voz oculta nas dobras do
poder operante. Diz-nos ele: a oposição tem que torcer para que o país melhore.
Digo eu: chega de torcida, abaixo a apatia, é mais que hora de agir!
Preciso limpemos o Brasil da chaga dos sanguessugas do povo, do alarido do
discurso vazio de significação, descompromissado dos reais interesses desta
grande Nação.
O Brasil tem fome de mudança. Chegou a hora da faxina. Indispensável
limpemos a casa em que moramos, o País em que vivemos. L--- diz que a oposição
só governava para um terço da população. O PT só governa para si, para seus
amigos e companheiros, esquecido do povo sofrido que usou para chegar ao Poder.
L--- não pensa no povo, jamais pensou. Os olhos sobre si mesmo não lhe
dão espaço para pensar em mais alguém. Afinal, é o deus dele mesmo – e dos
petistas, obviamente!
Ele enaltece as administrações petistas, no sentido de que permitiram a
criação de instrumentos para investigação de casos de corrupção. Ledo engano. O
culpado não quer ser descoberto! Se algo está sendo averiguado, não é por
mérito do PT, de Lula ou de Dilma. Afinal de contas, bem ou mal, temos
instituições no País, cujo funcionamento não se condiciona – ou não se deve
condicionar – às vontades de quem quer que seja. A Constituição Federal lhes dá
força e poder!
L--- diz o óbvio: ‘O PT cometeu desvios’. Mas completa: porque ‘passou a
fazer política igual aos outros partidos políticos. O PT era para ser diferente
de verdade’.
Ora, a soberba de L--- não lhe permite dizer que seu partido não é igual
aos demais, por ser diferente. O PT superou-se. Foi muito além de todos os
limites ético/morais, a ponto de comprometer os destinos duma nação chamada
Brasil.
L--- fala de honestidade. Muita gente fala do que, por vezes,
desconhece!
Fácil falar, difícil viver daquilo que se fala. Ele e Dilma querem nos
fazer crer que de nada sabiam sobre a sucessão de desvios e saques dos cofres
públicos. É um direito deles. De nossa parte, tiremos nossas próprias
conclusões, à vista dos elementos de informação já dispostos e das regras de
experiência comum subministradas pela observação do que ordinariamente
acontece.
Muitas vezes, L--- não fala, rosna. Humor alterado, busca prevalecer
sempre – doa a quem doer. Afinal, é o ‘deus’, acima do bem e do mal. Fale do
que fale, por mais sem sentido ou razão, os cães de guarda o aplaudem –numa
obnubilação mental que nada tem a ver com o ato de discernir e tecer seguro
juízo de valor.
L--- diz-se saudoso dos microfones, dos palpites nas coisas do Brasil.
Mas, desde quando deixou de bradar, de palpitar? L--- precisa parar. E para
pará-lo, e ao PT, só a ação popular e a primazia da lei, aliados à força moral
de homens de bem, em postos importantes da Nação, dispostos a cumprir o dever
cívico de passar o país a limpo.
L--- só quer uma coisa: perpetuar-se no Poder. Essa é sua aposta,
baseada no frágil esclarecimento do povo brasileiro, agora, já muito cansado de
apanhar. As fichas estão na mesa. O jogo vai começar. Façam suas apostas: ou
Lula e o PT e Dilma, ou o Brasil. O povo decide!
***
Para fazer uma verdadeira faxina não basta tirar Dilma do poder. Seria necessário começarmos do zero para não trocarmos um partido professor por seus alunos, que "aprendem muitas coisas que lhes são ensinadas ", sem contar o que já sabiam antes .
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