"Promessa é dívida".
SE NA ÁREA ECONÔMICA as questões, agora, estão mais bem encaminhadas, na política a situação é bem diferente. Pedro Malan citou o livro "A quarta revolução", dos editores da revista britânica The Economist, John Miclethwait e Adrian Wooldridge, para afirmar que, no mundo todo, principalmente nos Estados Unidos e nos principais países da Europa, a população está cética quanto aos políticos e que há uma perda de substância dos partidos tradicionais. No Brasil, não é diferente.
O ceticismo dos eleitores torna as coisas mais difíceis, na avaliação do ex-ministro, principalmente porque se espera e se exige muito dos governos. O resultado pode ser uma mistura tóxica e instável: a dependência força o governo a se expandir e se sobrecarregar demais, enquanto o ceticismo o priva de legitimidade e exacerba os revezes, que são transformados em crise, afirmou Malan.
- A disfunção caminha de mãos dadas com a desordem, e não apenas na contas públicas. Os partidos políticos tradicionais serão obrigados a se reinventarem. A discussão desse livro tem muito a ver conosco.
Ele ressaltou porém, que numa democracia é preciso contar com os políticos para avançar no terreno econômico. E entende que é mais do que chegada a hora de convencer os três níveis de governos (federal, estaduais e nunicipais), políticos e eleitores a aceitarem a existência de restrições à tendência natural do Estado à expansão de suas incumbências, muitas vezes por pressão da própria sociedade. SE O GOVERNO NÃO ACENASSSE COM ALGO INEXISTENTE, ELES JAMAIS SERIAM COBRADOS A FAZER O PAPEL DE "PAPAI' OU 'MAMÃE' DO POVO.
- O Estado apenas redistribui recursos que por ele transitam e tem aumentado, gradualmente, a percepção de que há claros limites para esse processo de expansão, quando Estado já se sobrecarregou de obrigações. Ao dispensar demais suas atividades, o Estado fica mais suscetível a ceder ainda mais a interesses isolados, a persistir em fazer promessas que não pode cumprir, a criar expectativas de mais direitos e a assumir metas e objetivos inalcançáveis. Tudo isso, com frequência, acaba em grandes problemas de dívidas por equacionar.
Malan ressaltou a a reforma fiscal, que inclui a Previdência, e uma questão econômica fundamental. Sem isso, a dívida pública se tornará insustentável, inviabilizando a retomada do crescimento.
- Como já disse Jean-Pierre Jouyet, scretário-geral do presidente da França, Francois Hollande, não é que os políticos não saibam (será que não sabem ?) o que fazer. Eles não sabem como se reeleger se fizerem o que precisa ser feito - afirmou, citando uma questão primordial para a solução da crise que o o Brasil atravessa: como tornar politicamente viável o que precisa ser feito urgentemente.
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