RICARDO NOBLAT
Que maneira infeliz de celebrar os primeiros cem dias de governo! (MAS ELA FOI REELEITA!) Seis em cada dez brasileiros consideram péssima ou ruim a administração de Dilma (MAS ELA FOI REELEITA!) . Quase seis em dez acham que ela sabia da corrupção na Petrobras e nada fez (MAS ELA FOI REELEITA!) . Para quase oito em dez, a inflação aumentará (MAS ELA FOI REELEITA!) . Assim como o desemprego, para sete em cada dez (MAS ELA FOI REELEITA!) . Dois em cada três são favoráveis à abertura de um processo de impeachment contra Dilma (MAS ELA FOI REELEITA!) .
AS MANIFESTAÇÕES de rua são apoiadas por sete em cada dez (MAS ELA FOI REELEITA!) . E se a eleição para a escolha do sucessor de Dilma tivesse ocorrido na semana passada, Aécio Neves teria derrotado L--- por 33% dos votos contra 29%, segundo a mais recente pesquisa Datafolha. Dos seus vários bunkers em Brasília, a presidente só sai para lugares onde não corra o risco de ser vaiada. Se falar na televisão, pode deflagrar um panelaço.
O QUE DILMA fez para merecer isso? Mentiu . Apenas mentiu. Simples assim. O Brasil era um paraíso na propaganda dela para se reeleger. Menos de dois meses depois, o paraíso se evaporara. Dilma jurou que jamais faria certas coisas que só seriam feitas por seus adversários. Começou a fazê-las antes do fim do seu primeiro mandato. Mentiu de novo? Não. Era a mesma mentira. Tudo era uma mentira só.
UMA PESSOA QUE não ama seus semelhantes, ou que não sabe expressar seu amor por eles, não pode ser amada. Que o diga Jane, ex-criada do Palácio da Alvorada. Um dia, Dilma não gostou da arrumação dos seus vestidos. E numa explosão de cólera, jogou cabides em Jane. Que, sem se intimidar, jogou cabides nela. O episódio conhecido dentro do governo como "a guerra dos cabides" custou o emprego de Jane.
MAS ELA DEU sorte. Em meio à campanha eleitoral do ano passado, Jane foi procurada pela equipe de marketing de um dos candidatos a presidente com a promessa de que seria bem paga caso gravasse um depoimento a respeito da guerra dos cabides. Dilma soube. Zelosos auxiliares dela garantiram a Jane os benefícios do programa "Minha Casa, Minha Vida", uma soma em dinheiro e um novo emprego. Jane aceitou. Por que não (*) ?
L---SE QUEIXA de Dilma porque ela não segue seus conselhos. Segue, sim. Só que às vezes demora. Para que abdicasse da maioria dos seus poderes, por exemplo, foi decisivo o bate-boca que teve com L--- no Palácio da Alvorada, em março último. A certa altura, L--- disse: "Eu lhe entreguei um país que estava bem..." Dilma devolveu: "Não, presidente. Não estava. E as medidas que estou tomando são para corrigir erros do seu governo".
A RÉPLICA NÃO demorou. "Do meu governo? Que governo? O seu já tem mais de quatro anos", disparou L---. Os assessores de Dilma que aguardavam os dois para jantar e escutaram o diálogo em voz alta, não sabem dizer se ela nesse instante respondeu a L--- ou se preferiu calar. Um deles guardou na memória o que L--- comentou em seguida: "Você sabe a coisa errada que eu fiz, não sabe? Foi botar você aí".
FOI PRESSIONADA por L--- que Dilma entregou o comando da economia ao Ministro Joaquim Levy, da Fazenda, que pensa muito diferente dela. Foi também pressionada por L--- que delegou o comando da política a Michel Temer, seu vice, a quem sempre desprezou. Levy está sujeito a levar carões públicos de Dilma, já levou. Temer, não. Levy pode ser trocado por outro banqueiro. Temer, não.
L--- INVENTOU o parlamentarismo à brasileira para tentar impedir o naufrágio de Dilma. É sua última cartada para salvar a chance de voltar à Presidência em 2018.
A RÉPLICA NÃO demorou. "Do meu governo? Que governo? O seu já tem mais de quatro anos", disparou L---. Os assessores de Dilma que aguardavam os dois para jantar e escutaram o diálogo em voz alta, não sabem dizer se ela nesse instante respondeu a L--- ou se preferiu calar. Um deles guardou na memória o que L--- comentou em seguida: "Você sabe a coisa errada que eu fiz, não sabe? Foi botar você aí".
FOI PRESSIONADA por L--- que Dilma entregou o comando da economia ao Ministro Joaquim Levy, da Fazenda, que pensa muito diferente dela. Foi também pressionada por L--- que delegou o comando da política a Michel Temer, seu vice, a quem sempre desprezou. Levy está sujeito a levar carões públicos de Dilma, já levou. Temer, não. Levy pode ser trocado por outro banqueiro. Temer, não.
L--- INVENTOU o parlamentarismo à brasileira para tentar impedir o naufrágio de Dilma. É sua última cartada para salvar a chance de voltar à Presidência em 2018.
(*) Por que não? Se todo brasileiro que se preza não se respeita!
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