Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos, porque a história de nossos políticos pode causar deficiência moral irreversível.
Este espaço se resume
, principalmente, à vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem
punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que
engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida
pública.


OPINIÕES PESSOAIS

sábado, 2 de abril de 2016

Para Planalto, L.estancou sangria de aliados - Josias de Souza

Em conversa com o blog, um auxiliar de Dilma Rousseff resumiu assim a semana: “Quando o PMDB anunciou o desembarque, propagou-se a tese de que o governo estava à beira do abismo e a presidente havia pisado no sabonete. Chegamos ao final de semana em pé. Contrariando todas as expectativas, não houve uma sangria na base do govenro no Congresso.”
 
O Planalto atribui o torniquete a L. . Entrincheirado num hotel próximo ao Palácio da Alvorada, o ministro informal de Dilma manuseou cargos e verbas sem nenhuma hesitação ética. Guiou-se por duas bússolas: a moral da sobrevivência e a Lei da Silva. E conseguiu ganhar tempo com legendas como PP, PR e PSD, que ameaçavam desertar nas pegadas do PMDB.  Quando se tornou presidente, L. encontrou uma cumbuca cheia de dinheiro. Nela mergulhou achando que era toda  dele, podendo fazer o que quisesse  e que ela nunca ficaria vazia.  Duplo engano! Nem era dele como ficaria vazia depois de tanta  "sede ao pote".  Agora, com o pote vazio, ou  l. vai aumentar os já escandalosos impostos ou fará com que outras 'moedas' sejam feitas no Tesouro Nacional, o que provocará ainda maior inflação.  De qualquer jeito, a imagem de L. vai se esvair tanto quanto o dinheiro do pote.
 
O governo ainda não reuniu a infantaria de 172 deputados de que precisa para enterrar o impeachment. Mas celebra o fato de que a oposição também não obteve os 342 votos necessários para fazer o pedido chegar ao Senado. Num colegiado de 513 deputados, estima-se que algo entre 40 e 50 estão indecisos ou simulam indecisão para valorizar os respectivos passes.
 
A esse ponto chegou o governo: depois de terceirizar o poder a L., Dilma dedica-se a fazer figuração em cerimônias oficiais. Com carta branca para dispor de todos os cargos e recursos orçamentários que o déficit público for capaz de prover, L. ainda não seduziu nem um terço do plenário da Câmara. Mas o Planalto está feliz porque sobreviveu a mais uma semana.  O Planalto pode até sobreviver até o último  dia de seu mandato, mas será bastante difícil governar sem apoio da Câmara Federal e sem apoio popular.
 
A tarefa da oposição é mais trabalhosa que a de L.. Os aliados do governo irão à votação do impeachment se quiserem. Votando contra ou ausentando-se, socorrerão Dilma da mesma maneira. Basta que impeçam que os adversários do governo fechem a conta de 342 votos. Se a oposição reunir em plenário até 341 votos, Dilma prevalecerá mesmo que ninguém vote contra impeachment.
 
Nessa hipótese, a presidente ainda teria pela frente um país por refazer. Minoritária no Congresso, não lhe restaria senão manter ativado o balcão fisiológico em que L. encostou sua barriga. Num instante em que a Lava Jato exuma até o cadáver do ex-prefeito Celso Daniel é temerária a estratégia de plantar novos escândalos em Brasília. Já se vê ao longe o pus no fim do túnel.
 
De resto, é preciso considerar que o voto na sessão do impeachment será aberto. Nada impede que se repita com Dilma o que sucedeu com seu o aliado Fernando Collor, escorraçado da Presidência em 1992. Na véspera da votação do impeachment de Collor, um de seus escudeiros mais fieis, o então deputado Onaireves (pode me chamar de Severiano ao contrário) Moura, ofereceu um jantar ao inquilino do Planalto e aos seus apoiadores. Antes de deixar a casa de Onaireves, os deputados 'colloridos' ganharam de presente uma garrafa de uísque, “para celebrar a vitória do dia seguinte.'' Na hora de pronunciar o voto, sob refletores, até Onaireves votou contra Collor.
 
 
 

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