Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos, porque a história de nossos políticos pode causar deficiência moral irreversível.
Este espaço se resume
, principalmente, à vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem
punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que
engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida
pública.


OPINIÕES PESSOAIS

quarta-feira, 1 de abril de 2015

O dia 12 e a memória das calçadas - Élio Gaspari

 
 
A rua marcou um novo encontro com a doutora Dilma para o domingo, 12 de abril. O 15 de março mostrou ao comissariado o tamanho da insatisfação popular e ele não entendeu nada. O grito geral condenava a roubalheira e recebeu um pastel de vento. Seguiram-se o "Chega de PT" e o "Fora Dilma". Quem sai de casa num domingo para gritar na rua merece respeito, seja qual for o seu grito. Isso não elimina o fato de que uma pessoa tenha gritado por uma coisa e, tempos depois, perceba que foi feita de boba. O único instrumento para se acabar com o PT é o voto em candidatos da oposição. "Chega de PT" ou "Fora Dilma" são palavras de ordem que deságuam numa proposta de impedimento da doutora. Ele seria possível sem o apoio do PMDB de Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Michel Temer? Nem pensar. Se esse apoio viesse, como ficariam o petrocomissário Sérgio Machado e o inolvidável Fernando Baiano?

Engano do escritor, ao escrever que ''O único instrumento para se acabar com o PT é o voto em candidatos da oposição''.  Primeiramene, não temos oposição, até mesmo porque não existe partido cujo ideal não passe de algumas notas de 100 reais.
 
Existe um outro meio e talvez o único meio mais impositivo de nos livrarmos desse partido de trapaceiros:  a Intervenção Militar, embora nem todos a queiram, pois isso já se tornou uma espécie de preconceito ou modismo.

A memória das calçadas é cruel. Quem pintou a cara de verde e amarelo em 1992 tem doces lembranças das manifestações que defenestraram Fernando Collor. Um dos líderes desse movimento era o presidente da União Nacional dos Estudantes, Lindbergh Farias. Militava no PC do B, migrou para o PT, elegeu-se prefeito de Nova Iguaçu e senador. Hoje está de cara lavada (embora um tanto lambuzada!)  na lista do procurador-geral Rodrigo Janot, pois o "amigo Paulinho" ajudava-o a captar recursos junto a empreiteiras da Petrobras. Mandar Collor para casa podia ser uma boa ideia, mas na agenda de Lindbergh, do PC do B e do PT havia outros interesses.
 
E quem vestiu uma camisa amarela e saiu por aí nas campanha das Diretas de 1984? A ideia era excelente, mas a aprovação da emenda constitucional que restabelecia a eleição para presidente da República era uma impossibilidade aritmética. A agenda de Tancredo Neves era outra. Boa, porém outra. Graças às pessoas que saíram de camisa amarela, Tancredo construiu a conciliação que liquidou o consulado militar.
 
E quem foi à Passeata dos Cem Mil, em 1968? Um pedaço da avenida gritava "o povo unido jamais será vencido" e outro dizia que "o povo armado jamais será vencido". As agendas eram duas. Algumas centenas de pessoas que se julgavam a vanguarda da sociedade armaram-se e o povo dividido foi vencido.
 
Recuando-se um pouco mais, há 50 anos a esquerda foi para o Comício da Central, realizado diante do Ministério da Guerra, onde os blindados pareciam simbolizar o apoio militar ao presidente João Goulart. O gênio de Carlos Lacerda chamou a manifestação de "Comício das Lavadeiras", pois nele só havia "tanques e trouxas". Dias depois os tanques começaram a prender os trouxas. Em resposta ao comício das lavadeiras, realizou-se em São Paulo a "Marcha da Família com Deus pela Liberdade", com um forte componente religioso. Deposto Goulart, o ministro da Guerra, general Costa e Silva, disse que "a doutrina social da revolução coincide com a doutrina social da Igreja". Lorota. Começava ali a hostilidade da ditadura contra religiosos e seis anos depois o secretário-geral da CNBB, D. Aloísio Lorscheider, foi detido por uma tropa do Exército. Nessa época a esquerda divertia-se com um versinho:   "Marcharam com Deus pela democracia?
 
Agora chia... Agora chia."
 
Ir pra rua é sempre uma boa ideia, mas não custa se perguntar: Pra quê? Com quem?
 
 
 
PRECISAMOS TERMINAR O QUE COMEÇAMOS,
 
ATÉ PORQUE NOSSA LUTA CONTINUA.
 
 
NO DIA
12 DE ABRIL 
ENCHEREMOS AS RUAS BRASILEIRAS
COM A NOSSA INSATISFAÇÃO.
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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