Atordoados com o cheiro de enxofre que emana dos inquéritos da Lava Jato, deputados e senadores do PT reuniram-se com L--- na noite passada. Buscavam orientação. Encontraram um líder desorientado. Para evitar grampos companheiros, recolheram-se os celulares. A providência se revelaria premonitória. Evitou-se o registro em áudio de um L--- com o receituário vencido.
Na economia, L---aconselhou o petismo a virar a página. Avalia que, vencida a etapa do ajuste fiscal, deve-se trombetear a agenda do crescimento econômico. Disse isso horas depois de a Petrobras anunciar que decidiu lipoaspirar seus investimentos em 37% e vender US$ 42,6 bilhões do seu patrimônio para fazer caixa.
Na política, o morubixaba da tribo petista aconselhou a infantaria partidária a erguer a cabeça e partir para cima da oposição. Mais cedo, o doutor Sérgio Moro, juiz da Lava Jato, avalizara um acordo de colaboração do lobista Milton Pascowitch. Apontado PF como operador de propinas da Construtora Engevix para o PT e para petistas como José Dirceu, Pascowitch é o 18º delator das petrorroubalheiras.
De resto, L--- disse que o governo Dilma vive momentos dramáticos e precisa ser defendido pelo PT. Dias atrás, reunido com religiosos, o mesmo L--- soara como líder da oposição. Dissera que o prestígio de Dilma está “no volume morto”. E o do PT, “abaixo do volume morto”.
Não bastasse cavalgar uma agenda vazia, L--- ainda ofende a inteligência alheia. No seu enredo, todos são culpados pela encrenca em que o petismo se meteu, menos ele. Esse comportamento é inútil, desonesto e paralisante.
É inútil porque já não há quem ignore que a engrenagem que assaltou a Petrobras foi estruturada na sua gestão. É desonesto porque desconsidera que o fiasco econômico foi produzido por uma criação sua: o mito da gerente impecável. É paralisante porque o PT não sairá do lugar enquanto L--- não enxergar no espelho a imagem de um cúmplice da conversão do partido numa máquina coletora 100% financiada pelo déficit público.
L--- manda sua tropa à guerra sem fornecer a munição. Não deu uma mísera explicação, por exemplo, sobre os pacotes de dinheiro que o empreiteiro-delator Ricardo Pessoa disse ter levado ao seu comitê de campanha em 2006. Nenhuma palavra também sobre as palestras que ninguém viu e que fizeram dele uma espécie de sócio-atleta do clube das empreiteiras.
Antes de falar aos congressistas do PT, L--- reunira-se com o marqueteiro João Santana, aquele que vendeu Dilma por lebre na campanha presidencial do ano passado. Nesta terça-feira, antes de deixar Brasília, o grande líder (ex-líder) terá um encontro reservado com o velho e bom aliado Renan Calheiros. Nesse ritmo, L--- acaba alcançando o objetivo de virar a página. Para trás.
OBS.: o principal erro de L--- foi não deixar que surgisse ou preparar alguém para sucedê-lo, porque sua vaidade nunca permitiu. Agora, é tarde e o PT já está indo para o PT que o pariu! Ele também!
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