Caso o voto não fosse obrigatório quem iria votar?
Em quem votam essas
pessoas que votam por obrigação? Quem elas ajudam a eleger? Os piores, é claro!
Além de tentar salvar
a pele da Lava-Jato e uma anistia ao caixa 2, nossos representantes no
Congresso dizem que estão tentando fazer uma reforma política, mas querem mesmo é encontrar um jeito de fazer as suas
campanhas eleitorais em 2018 às custas do contribuinte. No ano passado, as
primeiras eleições sem doações de empresas tiveram centenas de milhares de doações irregulares, ilegais ou
fraudulentas flagradas pelos tribunais eleitorais.
Agora, eles querem um
financiamento público bilionário, distribuído em proporção ao tamanho das
bancadas. Para dar mais a quem já tem mais? Não seria mais justo, digamos,
metade do fundo eleitoral ser dividido igualmente entre os partidos que
sobreviverem à cláusula de desempenho, e metade proporcionalmente às bancadas?
Quanto ao sistema de
voto em lista partidária, pode ser uma boa ideia. Desde que:
Os candidatos sejam
escolhidos por voto direto pelos filiados ao partido (que estiverem em dia com
suas mensalidades... rsrs). E a lista eleitoral obedeça à ordem dos mais
votados e ponto final.
Que não existam candidatos “natos”, como os que já têm mandato, ou
“preferenciais”, como os dirigentes partidários. Ou
“honorários”, como medalhões do partido. Mulheres terão cota na lista? E negros?
E LGBT? Sem democracia interna, a lista se torna só um instrumento da elite
partidária para exercer sua vontade.
Os caciques aceitarão
a lista dos candidatos eleitos pelos filiados? Mesmo se obrigados a fazer
prévias, encontrarão formas de fraudá-las? Vão filiar gente para comprar-lhes
os votos?
Ou seja, o voto em lista é uma boa ideia, mas para os
políticos, não para os eleitores.
Falando em reforma
eleitoral, a quem interessa o voto dos
que votam por obrigação? Em quem votam essas pessoas que votam de má
vontade? Quem elas ajudam a eleger? Os piores, é claro!
Dizem que elas têm que aprender a votar, votando, mesmo contrariadas.
Não, elas não aprenderão, porque não querem aprender, só vão contribuir para
enfraquecer o peso dos votos mais conscientes e baixar o nível dos eleitos.
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