"O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, trabalha para apresentar nesta semana os primeiros
pedidos de abertura de inquérito com base nas delações de executivos da
Odebrecht. A lista Janot, que pode ser fatal para a carreira de muitos políticos,
vem sendo aguardada com forte expectativa desde dezembro passado, quando foram
concluídos os acordos de delação com 78 executivos da maior empreiteira do
país. O GLOBO fez um levantamento do que já foi dito pelos delatores.
Segundo apurou o “Valor”, os
pagamentos, de acordo com o ex-presidente da Odebrecht, tiveram origem no Setor
de Operações Estruturadas da empresa, dedicado ao pagamento de propina a
agentes públicos. O uso do setor para tal fim foi revelado no início deste ano
pela ex-secretária de Marcelo, Maria Lúcia Guimarães Tavares, que fez acordo de
delação.
O que foi relatado por Marcelo,
segundo o “Valor”, é coerente à linha de investigação da Polícia Federal no
âmbito da Lava-Jato. Segundo as investigações, L--- pode ter recebido até R$ 23 milhões.
Investigações apontam ainda que o codinome “amigo”, que está nas planilhas
apreendidas do Setor de Operações Estruturadas, seja uma referência a L---.
Marcelo Odebrecht presta nesta
quinta-feira seu quarto depoimento à Força-Tarefa em Curitiba, cidade onde está
preso desde junho de 2015. Ele tem falado aos procuradores da Lava-Jato na
presença de seus advogados.
De acordo com reportagem do
jornal "Folha de S. Paulo, o ex-presidente da Odebrecht também confirmou
que o presidente Michel Temer pediu R$ 10 milhões para a campanha do PMDB
durante reunião no Palácio do Jaburu, em 2014. No depoimento, Marcelo Odebrecht
não deu detalhes sobre o pagamento."
Em delação premiada que ainda
depende de homologação do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-vice-presidente
de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho disse que entregou
dinheiro em espécie no escritório do advogado José Yunes, amigo e assessor
especial do presidente Temer, durante a campanha eleitoral de 2014. O pagamento
faria parte de um repasse de R$ 10 milhões que, segundo narrou Claudio Melo na
delação, Temer negociara “direta e pessoalmente” com Marcelo Odebrecht, em um
jantar no Palácio do Jaburu, em maio de 2014, dois meses depois do início da
Lava-Jato.
http://oglobo.globo.com/brasil/o-que-os-delatores-disseram-ate-agora-21017844#ixzz4apov48Sw
O ex-presidente tem sido
'apontado' por diversos empresários.
Mas continua solto.
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