Texto original de Marina Dias - Folha de São Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva decidiu assumir papel mais ativo na interlocução do PT com os
movimentos sociais e promete ajudá-los a pressionar a presidente Dilma Rousseff
para que atenda suas demandas.
Insatisfeito com o
ministério formado por sua sucessora para um segundo mandato, L--- disse a
aliados que, na sua avaliação, a mobilização social e a reaproximação com a
esquerda são condições necessárias para que o partido continue no poder depois
que Dilma encerrar seu mandato. Segundo a reportagem
nosso ex estaria insatisfeito com o atual ministério, como se o ministério
fosse dele e não da atual presidente. Insatisfeitos
estamos nós, mas como cidadãos brasileiros!
O ex-presidente pretende se
lançar novamente como candidato à Presidência em 2018, frustrado porque pensou
que Dilma deixaria a presidência para a sua vaidade. Desde que ela foi reeleita, o egocêntrico ex intensificou seu contato com movimentos
sociais e passou a se reuniu mais vezes com lideranças da juventude, com sindicalistas e tanto o
pessoal do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) quanto do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
Segundo ele teria informado a seus contatos, seria necessário que todos participassem de
discussões sobre a reforma política (de
que ouvimos falar há décadas, sem que nada tenha sido feito até agora!) , sobre
mudanças no sistema tributário e sobre a regulação
dos meios de comunicação.
O ex teria feito apelo aos trabalhadores sem terra, para que "reclamassem menos" do atual governo petista e criassem uma agenda
efetiva de reforma agrária e agricultura familiar. Para se
mostrar presente, o ex participou da
inauguração de um conjunto habitacional construído pelo MTST com apoio do
programa federal.
Além disso, gravou um
vídeo no Instituto que leva seu nome. Pedindo
mais diálogo à presidente Dilma, que
não compareceu ao evento, com os movimentos sociais, para que "faça um
governo exitoso". Depois fez outro
vídeo e o colocou no Facebook. O
ex-presidente igualmente petista falou sobre a grande necessidade de "reorganizar a base de alianças com os
setores mais à esquerda da sociedade "caso o PT queira "continuar governando o país"
O ex, doido para voltar à qualidade de presidente da República, disse que fará constantes cobranças ao atual governo, pois ele tem se queixado, em conversas reservadas (sabendo que tais conversas serão espalhadas por todos os cantos), do estilo de Dilma, por ser muito
centralizador e pouco alinhado às
bases do partido.
Contrariado
com a escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda,o
PT esperava que Dilma compensasse o aceno feito ao mercado financeiroindicando
que agora estaria aberta também a dialogar com os movimentos sociais na base do
partido.
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