Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos, porque a história de nossos políticos pode causar deficiência moral irreversível.
Este espaço se resume
, principalmente, à vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem
punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que
engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida
pública.


OPINIÕES PESSOAIS

quarta-feira, 4 de março de 2015

Quem tem o comando?

 
 

Observatório da Imprensa -
Circo da Notícia, 3 de março de 2015
 
 
 

Há insultos e agressões em lugares públicos e nos meios de comunicação, o ex-presidente L--- disse que o MST é um exército que pode ir às ruas, há manifestações marcadas para daqui a menos de duas semanas pelo impeachment da presidente, as provocações se sucedem. Muito bem: quem está se movimentando e em que sentido?
É fácil e cômodo, para os meios de comunicação, decretar que os grupos mais radicais se movem independentemente das forças políticas. Caso isso fosse verdade, teriam menos força, seriam capazes apenas de promover agitações pontuais, nada mais sério, e não haveria líderes de peso com quem conversar. Mas, se esses grupos não têm ligação com dirigentes políticos, como explicar a declaração de L--- sobre "o exército do Stedile"? Como explicar as seguidas atitudes do prefeito petista de São Paulo, Fernando Haddad, entregando boa parte do programa habitacional da cidade ao MTST, Movimento dos Trabalhadores sem Teto, de Guilherme Boulos?

O comando de uma parte do programa habitacional permite ao MTST trabalhar com candidatos à casa própria absolutamente obedientes a seu comando: ganha mais pontos, e melhora sua posição na planilha, quem for a mais manifestações e passeatas.

Enfim, é uma questão a ser discutida pelos meios de comunicação. Quem é quem, quem tem o comando, quais suas tendências políticas; qual a posição de seus adversários, e que providências pretendem tomar para não ser sufocados por manifestações do outro lado. A propósito, quem comanda os adversários? Quais suas tendências? Que é que pensam?

Houve época em que os meios de comunicação informavam seus consumidores dos nomes, posições e atividades de todos os políticos envolvidos com o ativismo e, o que então era importante, dos militares em posição de comando, ou com liderança entre seus pares. Não havia Google, não havia Internet, as comunicações eram extremamente difíceis (falar de São Paulo com Porto Alegre por telefone exigia demora mínima de 24 horas), trabalhar com arquivos era bem mais complicado do que hoje, mas as informações e análises eram abundantes. Nas duas ocasiões em que militares da Aeronáutica tentaram depor o presidente Juscelino Kubitschek, sabia-se quem era quem e o que pensava cada um dos insurgentes; e a decisão do presidente Juscelino, após vencer os revoltosos, de anistiá-los, foi amplamente exposta e esclarecida.

Falta muita coisa no noticiário de hoje. Por onde anda José Rainha, por exemplo? Sabe-se que o comando absoluto do MST é exercido por Stedile, mas Rainha acabou, lidera uma dissidência, comanda uma parte do movimento? Os black-blocs têm alguma ligação com os movimentos dos sem-terra e dos sem-teto ou atuam em outra faixa? E o Movimento Passe-Livre, é de alguma forma ligado a esses outros movimentos? Caso não seja, aceita trabalhar em conjunto com algum deles, mesmo apenas eventualmente, ou faz questão de movimentar-se com independência?

Num momento de tensão, como este, é importante que o público tenha uma noção clara de perfis, posições, capacidade de mobilização. E há repórteres totalmente capazes de, sem tomar partido, fazer um quem é quem.

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