Dilma estarrecida
SACHA CALMON
Dilma, a inepta presidente do Brasil, deve sofrer de algum  distúrbio mental. Primeiro, não se dá conta de que é absolutamente despreparada  para a função que exerce. Segundo, acha que deve exercê-la e o faz de modo  atrapalhado, prepotente e deselegante. Trata seus sequazes mais próximos com  palavras ásperas e chulas  (o que seu antecessor  também fazia).  Discursa para o povo brasileiro de improviso, de  forma incompreensível. Entre o pensamento,  já comprometido, e a fala pobre e torturada, ocorre desconexão. Não a estou  ridicularizando, apenas analisando. Tome-se o caso da mandioca, o tubérculo do  qual extraímos a farinha e com que fazemos alimentos há séculos. Ela quis  realçar a sua importância na dieta dos brasileiros, mas acabou “saudando a mandioca”, que tem outras acepções.  Resultado: caiu no ridículo.
Agora, vem de sentir-se “estarrecida” com o diagnóstico do  FMI sobre a economia brasileira, outra retração de 3,5% em 2016. Ela anda usando  muito esse termo. Por “me dá cá uma palha”, dona Dilma fica “estarrecida”.  Segundo o dicionário, o verbo estarrecer significa assustar, apavorar,  aterrorizar, aterrar. Mas ela quis dizer-se surpresa ou chocada com a notícia,  para ela absurda.
Contudo, ao errar, acabou por acertar. A previsão do FMI, de  fato, é de apavorar, horrorizante... Uma perda de PIB dessa magnitude é  aterradora. Mas ela tem remédio para o país: “Todo o esforço do governo é para  impedir que no Brasil não tenhamos um nível de desemprego elevado, para mim, é a  grande preocupação, é o que nós olhamos todos os dias, e é por isso que  chamamos algumas medidas de urgentes. Reequilibrar o Brasil, em um quadro em que  há queda de atividade, implica, necessariamente, a não ser que façamos uma fala  demagógica, ampliar impostos. Eu estou me referindo à CPMF”. São as palavras da  presidente, em entrevista recente. Daqui a pouco, podem anotar, vai usar nossas  reservas de 370 bilhões de dólares para capitalizar o BB, a Petrobras, o BNDES e  a CEF (uns US$100 bilhões ou R$ 450 bilhões).
Ninguém investe num país onde o consumo caiu verticalmente, e  o emprego e a renda diminuíram. Entretanto, a presidente quer transferir mais  renda do povo — pois é isso que a tributação faz — para o governo, que gasta  muito com a máquina estatal (mais do que arrecada). A solução de dona Dilma  agrava a situação e aprofunda a recessão. Se fosse cozinheira salgaria a carne  de sol. Isso tem nome: incompetência.
A receita não fica em aumentar (?) a CPMF (nove impostos e  contribuições já tiveram suas bases de cálculo e alíquotas aumentadas,  silenciosamente). Ela quer elevar o gasto público como veremos em seguida, em  vez de reduzir os gastos do governo drasticamente, vender ativos estatais,  privatizar atividades e ativar concessões de estradas, portos, aeroportos,  ferrovias, aquavias, armazenagem, usinas hidroelétricas etc. Dilma prossegue  estatista, bolivariana, com a mesma visão sectária do país e do mundo de sua  juventude, a ponto de entronizar, não faz um mês, o seu mentor, Leonel Brizola  no panteão dos heróis da Pátria.
O Barbosão, seu ministro da Fazenda, vem de afirmar em Davos  que precisa da CPMF e que dará crédito, via BNDES, BB e CEF, para os agentes  econômicos investirem, o povo consumir e o país crescer. Mas não era assim a  nova matriz econômica que nos levou para o inferno? Vão continuar a gastar por  conta das eleições municipais.
O governo pode baixar os juros e oferecer crédito à vontade,  aumentando a dívida pública, ou seja, o ajuste fiscal tão falado, nosso  calcanhar de Aquiles, mas o país não vai crescer com essa receita de bolo. O  mercado corrige o que pode: o câmbio alto aumenta as exportações e equilibra a  balança de pagamentos. A inflação cairá um pouco depois da liberação dos preços  da energia elétrica, combustíveis e tarifas públicas represadas no primeiro  mandato. O desemprego reequilibra o valor dos salá- rios inchados acima da  produtividade do trabalho. Mas é só.
Desse governo errático não há o que se esperar. Privatizar,  diminuir o tamanho do Estado, cortar gastos, não contam. Até o Delfim Netto,  velho conselheiro, nele descrê. Noticia a imprensa que ela profetizou o caos, se  Dilma não favorecer a livre negociação entre patrões e empregados, não diminuir  os impostos, não cortar gastos, não privatizar, não diminuir os cargos em  comissão e não fizer correndo, a reforma previdenciária com idade mínima de 65  anos para os homens e 60 para as mulheres se aposentarem (é injusto mas  necessário). Para que 25 mil cargos em comissão? Bastam 3 mil (se o PT  deixar).
O Brasil começará a recuperar-se no dia seguinte ao fim do  governo Dilma/PT/PMDB/PP. Não há vivalma que deposite confiança nele. Simples  assim. Confiança: sem ela nada se faz nesse mundo. Que acordem todos. Esse sono  letárgico vira pesadelo num piscar de olhos.
Com a ajuda grandiosa da imprensa a palavra CPMF vem sendo repetida à exaustão. Essa repetição fará com que sua volta deixe de causar o impacto que causaria se fosse aprovado logo de imediato. Embora, em se tratando de ano eleitoral, muitos deixarão de aprovar alguma coisa que seja rejeitado por ao menos parte dos eleitores. Talvez a maldita CPMF - que o povo nem sabe como funciona - retorne apenas depois das eleições.
 
Com a ajuda grandiosa da imprensa a palavra CPMF vem sendo repetida à exaustão. Essa repetição fará com que sua volta deixe de causar o impacto que causaria se fosse aprovado logo de imediato. Embora, em se tratando de ano eleitoral, muitos deixarão de aprovar alguma coisa que seja rejeitado por ao menos parte dos eleitores. Talvez a maldita CPMF - que o povo nem sabe como funciona - retorne apenas depois das eleições.
 
 
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