Diálogo da peça teatral “Le Diable Rouge” de Antoine Rault, entre os personagens Colbert e Mazarino, durante o reinado de Luis XIV, século XVIII. Apesar de já terem se passados uns 400 anos, a tal ' conversa bem poderia ter sido feita atualmente. Ou seja, a canalhice sempre existiu!
Colbert: - Para arranjar dinheiro, há um momento em que enganar o contribuinte já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é possível continuar a gastar, quando já se está endividado até o pescoço…
Mazarino :- Um simples mortal, claro, quando está coberto de dívidas e não consegue honrá-las vai parar na prisão. Mas o Estado é diferente! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se… Todos os Estados o fazem!
Colbert: - Ah, sim? Mas como faremos isso, se já criamos todos os impostos imagináveis?
Mazarino: - Criando outros!
Colbert: - Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres...
Mazarino:- Sim, é impossível.
Colbert: - E sobre os ricos?
Mazarino: - E os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert: - Então, como faremos?
Mazarino: - Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos *.
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A última alternativa de Mazarino (última frase *) será possível apenas se houver trabalho.
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