Desordem e REGRESSO.

BRASIL SOFREU OUTRO REBAIXAMENTO!

 

http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2016/02/brasil-sofre-novo-rebaixamento-e-nao-e-mais-seguro-para-os-investidores.html

Brasil sofre novo rebaixamento

e não é mais seguro para os investidores

A agência de classificação Moody's rebaixou de uma vez dois degraus e a nota do país caiu para um grau conhecido no mercado como "lixo". - Jorge Pontual / Michelle Barros - Nova York, EUA / São Paulo, SP

 

A agência de classificação de risco Moody's rebaixou hoje a nota soberana do Brasil. Foi a última das três grandes classificadoras a retirar o grau de investimento, uma espécie de selo de bom pagador, do país.

E a Moody's rebaixou já dois degraus: a nota do país caiu de Baaa3, a mais baixa do grau de investimento, para Ba2, grau de não-investimento especulativo, mais conhecido no mercado como "lixo". Entenda melhor na análise de William Waack.

Os mercados há bastante tempo já haviam precificado mais um rebaixamento da nota de crédito brasileira. Ainda assim surpreende a rapidez com que um país que há menos de dez anos era descrito como potência em ascensão virou o pior do seu grupo, o dos emergentes.

Com esse rebaixamento, espera-se uma fuga significativa de investidores institucionais e um aumento dos especulativos. O rebaixamento pela Moody's era esperado. O que surpreendeu foi terem rebaixado dois graus de uma vez, o que é raro.

Os investidores institucionais, que são obrigados a vender títulos brasileiros, já o tinham feito desde que a Fitch, seguindo a Standard & Poor's, rebaixou o Brasil no ano passado. Quem mantém papéis brasileiros em carteira são os especuladores, com investimento de alto risco.

O que piora a situação do país é a avaliação feita pela Moody's, que pôs os títulos do governo brasileiro em tendência negativa e sujeitos a mais rebaixamentos.

A análise da Moody's diz que o quadro vai se deteriorar nos próximos três anos: prevê recessão da economia até 2018. Outra previsão negativa: a dívida do governo aumentará para mais que 80% do pib nos próximos três anos e os juros continuarão muito elevados.

Para enfrentar o desequilíbrio fiscal, avalia a Moody's, seriam necessárias "vontade política e consenso". Dentro de um quadro que descreve como "alto nível de incerteza política", a análise prevê novos choques, que vão piorar ainda mais o perfil do endividamento.

A análise destaca "o fracasso coletivo do governo e do Congresso em estabelecer um programa confiável de estabilização e reforma ao longo do ano".

O banco britânico Barclay's está prevendo novos rebaixamentos do crédito do Brasil ainda este ano pelas três agências de risco. Os analistas concordam com o governo brasileiro, a perda do grau de investimento é uma situação temporária. Os mais otimistas preveem pelo menos uma década para o Brasil recuperar o título de bom pagador.