Sem sair um milímetro sequer de
suas atribuições funcionais as Forças Armadas abortaram o golpe do Estado de
Defesa e impediram a geração de um clima de pré-Guerra Civil.
No dia 23 de março deste ano o senador Ronaldo
Caiado, do Democratas de Goiás, vinha a público com uma notícia bombástica.
Dilma estaria pensando em decretar Estado de Defesa. A notícia foi recebida basicamente de duas
maneiras nas redes sociais. De um lado, alguns acusavam o senador de estar
criando alarmismo de maneira desnecessária. Já outros, especialmente
extremistas de direita e defensores da intervenção militar, chamavam o
Comandante do Exército, General Villas Bôas de covarde, traidor, carreirista e
mais um monte de outros xingamentos. Ato contínuo, o senador Aécio Neves, do
PSDB, tratou de deixar claro que Caiado não estava blefando. O petismo
realmente tinha planos golpistas.
Este Sul Connection esteve em
Brasília no domingo do impeachment e passou toda a segunda-feira por lá. E
então apuramos os desdobramentos das denúncias de Caiado e Aécio e o papel que
Villas Bôas e os militares desempenharam durante a crise. Antes de
prosseguirmos, faça-se justiça: sem fugir um único milímetro de suas atribuições
funcionais, sem conspirar e respeitando rigorosamente a Constituição, o
Comandante do Exército, liderando as Forças Armadas, foi um verdadeiro herói da
jovem democracia brasileira. Se um dia o leitor desta reportagem encontrar
Villas Bôas por aí, bata continência e palmas para o nosso comandante. Ele
merece.
Segundo o que apuramos, tanto
Caiado quanto Aécio foram informados pelo próprio Comando do Exército da
manobra que se preparava intra-muros no Palácio do Planalto. Foram informados
justamente para que colocassem a boca no trombone e esvaziassem politicamente
qualquer tentativa neste sentido. Ato contínuo, Villas Bôas chamou à Brasília
os comandantes das quatro regiões militares e realizou uma reunião de
emergência do Alto Comando. Ele explicou o que se passava e pediu apoio aos
seus comandados para ir até o governo e informar que as Forças Armadas
brasileiras não aceitariam qualquer ordem que considerassem absurda.
Villas Bôas teve o apoio de seus
comandados. E juntos, fardados, foram todos falar com o Ministro da Defesa, o
comunista Aldo Rebelo. Aldo foi informado de que o Regimento Militar era muito
claro. Ordem absurda não se cumpre. E mais. É dever de todo militar dar voz de
prisão a quem ousa expedir qualquer tipo de ordem absurda. Recado mais claro,
impossível.
Aldo foi à Dilma e informou que
não haveria qualquer apoio para o Estado de Defesa.
Após abortarem os planos de
Dilma, os militares ainda promoveram dois almoços no Comando do Exército em
Brasília, tendo Villas Bôas como anfitrião. Um com o senador Ronaldo Caiado. E
outro com o senador Aécio Neves. Ambos foram orientados a entrarem pela porta
da frente do Comando, sem qualquer medida para ocultar a reunião. O recado foi
claro: ninguém estava conspirando e nem fazendo nada de ilegal. Não havia
motivo para se esconder. Igualmente claro foi o recado compreendido pelo
governo: as Forças Armadas brasileiras não adeririam a qualquer tipo de
golpismo.
Este Sul Connection fez questão
de registrar como o impeachment pôde chegar ao seu fim de forma pacífica e
serena, sem qualquer golpismo, em respeito à história e à biografia de Villas
Bôas. Injustamente atacado nas redes sociais, o general manteve a serenidade e
nunca demonstrou qualquer disposição para bater boca com fanáticos de qualquer
viés. Cumpriu sua missão militar e institucional. Ajudou a preservar nossa
jovem democracia e as nossas instituições. Merece todo o nosso reconhecimento.
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APÓS 50 ANOS, OS CADETES VOLTARAM...
... VOLTARÃO SEMPRE, ENQUANTO ESTIVEREM EM FORMA!
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