Brasil vive pior momento em termos de lideranças políticas, analisa Carlos Melo
"Você junta o colapso do presidencialismo de coalizão, da composição de maioria, com a pouca qualidade das lideranças, soma a isso uma crise econômica, você vai ter os elementos dados para o impeachment", analisa Melo. "Essas questões não foram superadas ainda. NÃO SERÃO NUNCA ! A governabilidade do presidente Temer é feita nos mesmos moldes. Com isso tudo colocado ainda veio a Lava Jato. Se o Temer vai ter mais habilidade do que a Dilma para navegar nesse ambiente ainda tortuoso, a gente vai ter que ver".
Em entrevista à reportagem, ele fala sobre a pressa do PT em oficializar L--- como candidato à Presidência em 2018, a rivalidade interna no PSDB entre Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra e a instabilidade política do Brasil que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e que mantém o governo do presidente Michel Temer sob a mesma vulnerabilidade.
L--- CANDIDATO E FALTA DE LIDERANÇAS NO PT - Com L--- candidato, PT está abrindo mão da renovação
"O PT parte do princípio de que o L---, em sendo um candidato, é um presidente eleito. Eu não vejo assim. O presidente L--- é talvez a maior liderança do Brasil isoladamente, mas parece que a situação dele volta àquele patamar anterior a 2002. O L--- tinha um piso muito elevado, em torno de 20%, mais do que qualquer outro candidato isoladamente, mas tinha um teto muito baixo. Então, é capaz de ir para o segundo turno, mas com muita dificuldade de ganhar a eleição no segundo turno. Aparte disso, o PT pode também estar fazendo o raciocínio que é o seguinte: a sua sobrevivência própria. Que outro candidato conseguiria votos nesse patamar e puxaria esses votos para as bancadas? Então, quando o PT pensa no L---, ou ele faz uma avaliação errada, que é a avaliação de que o L--- é um candidato muito competitivo, e eu não acredito que o PT pense assim, ou na verdade ele joga o L--- no processo tanto para defendê-lo quanto para garantir, em 2018, uma bancada relevante, porque o PT tem medo que com outro candidato ou sem candidato, simplesmente a legenda desapareça.
O PT lá na década de 80 trouxe uma outra mensagem, ele trouxe uma outra esperança. E o PT também, de alguma forma, sinalizava que era possível aos de baixo, para usar a expressão do próprio PT, governar e fazer isso de um modo decente, eficaz, justo. Então, essa decepção que ao final das contas é a experiência do PT, ela é muito traumática para a história do Brasil.
Infelizmente, com respaldo na INGUINORANÇA popular, também acho que o ex-presidente poderá ser reeleito e acabar de vez com nossa dignidade, com o dinheiro da União, jogar sua própria vaidade no chão, ter a frustração de não poder mais comprar tudo e todos com o dinheiro alheio, a não ser que comece a distribuir o que sobrou ao PT (e deve ter sido muito!). MAS QUE ELE JÁ COMEÇOU A DESTRUIR O PT, ISSO JÁ COMEÇOU A FAZER. FALCÃO QUE ESPERE.
DUAS HIPÓTESES QUE "ACABARIAM" DE VEZ COM O PT:
- Caso 'ele' não consiga a reeleição, como ficará sua vaidade e a situação do partido?
- No caso da morte de L---, até porque ele não é imortal pois a morte não se vende (ao menos por enquanto!), como ficará o PT que não preparou outra liderança para substituir o cadáver lulista ?
Outras temas do artigo de Carlos Melo:
PSDB RACHADO E SEM LÍDERES DE QUALIDADE
IMPEACHMENT DE DILMA E INSTABILIDADE DE TEMER
INSTITUIÇÕES EM CRISE
Carlos Melo é um novo blogueiro do UOL
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