Seria uma agressão gratuita dizer que L--- é um psicopata (sociopata)?
O psiquiatra polonês Andrew Lobaczewski (1984) publicou um livro chamado Ponerologia: psicopatas no poder (Political Ponerology: A Science on the Nature of Evil Adjusted for Political Purposes). Pretendia com isso lançar os fundamentos de um novo campo de investigação na psicopatologia, que chamou de ponerologia: o estudo do mal, do grego poneros (malícia, maldade), a ciência da natureza do mal adaptada a propósitos políticos.
Não é o caso, aqui, de fazer uma resenha do livro. Ele está disponível para download para quem se interessar pelo assunto. Clique no link para baixar: LOBACZEWSKI, Andrew (1984) Ponerologia. Psicopatas no Poder Pode-se dizer que as características da psicopatia, de diminuição de empatia e remorso, desejo de mandar (ou dominância) – alguém diria, ausência de superego – estão associadas ao comportamento manipulatório que tem alta incidência em políticos autoritários, sobretudo populistas. Líderes populistas ou neopopulistas apresentam – em grande medida – tal comportamento.
Não concordo muito com a visão de Lobaczewski. Não acho que se trata de uma doença individual, embora se manifeste em pessoas – ou seja, em trajetórias fenotípicas determinadas – que experimentaram recorrentemente um tipo de interação em campos sociais fortemente deformados por hierarquias, em que a luta pelo poder secundarizou todos os outros desejos, tornando-se uma espécie de ideia-fixa. Quem conviveu com psicopatas pode constatar como lhes falta a dimensão do outro.
É discutível se psicopatas políticos tenham alguma predisposição genética ou se todos não seriam variedades de sociopatas (produtos do meio social onde foram gerados). O certo é que ambos os termos se referem ao indivíduo com transtorno de personalidade antissocial (o que parece inquestionável se tomarmos o termo ‘antissocial’ no sentido que lhe atribui Humberto Maturana). Neste particularíssimo sentido, pode-se afirmar que todo hierarca é, em alguma medida, sociopata.
O psicopata ou sociopata instrumentaliza tudo a serviço dos seus propósitos, sem se incomodar com o fato de estar transformando os semelhantes em objetos, podendo manifestar comportamento amigável e gentil e até simular forte empatia (que não tem) para ganhar admiradores e seguidores, fiéis e eleitores.
Hans F. Sennholz já mostrou Por que o Estado atrai sociopatas. Não apenas gente como Stalin, Hitler, Mao, Pol Pot e Fidel podem ser considerados psicopatas (sociopatas) políticos. Pessoas como Chávez, Ortega e L---, também reúnem características desse tipo de transtorno e dizer isso não é uma agressão gratuita e sim fruto da observação sistemática dos seus comportamentos.
UM COMÍCIO FÚNEBRE
Um episódio em particular, ocorrido ontem (04/02/2017) trouxe o assunto à baila e acendeu uma polêmica.
Primeiro a notícia. L---, no velório de sua mulher, acusou a Lava Jato de “canalhice”.
Ele disse: “Marisa morreu triste por causa da canalhice e maldade que fizeram com ela”.
Em seguida, ele insultou os membros da Lava Jato:“Quero viver muito para provar que os facínoras levantaram leviandade contra ela”.
O psiquiatra polonês Andrew Lobaczewski (1984) publicou um livro chamado Ponerologia: psicopatas no poder (Political Ponerology: A Science on the Nature of Evil Adjusted for Political Purposes). Pretendia com isso lançar os fundamentos de um novo campo de investigação na psicopatologia, que chamou de ponerologia: o estudo do mal, do grego poneros (malícia, maldade), a ciência da natureza do mal adaptada a propósitos políticos.
Não é o caso, aqui, de fazer uma resenha do livro. Ele está disponível para download para quem se interessar pelo assunto. Clique no link para baixar: LOBACZEWSKI, Andrew (1984) Ponerologia. Psicopatas no Poder Pode-se dizer que as características da psicopatia, de diminuição de empatia e remorso, desejo de mandar (ou dominância) – alguém diria, ausência de superego – estão associadas ao comportamento manipulatório que tem alta incidência em políticos autoritários, sobretudo populistas. Líderes populistas ou neopopulistas apresentam – em grande medida – tal comportamento.
Não concordo muito com a visão de Lobaczewski. Não acho que se trata de uma doença individual, embora se manifeste em pessoas – ou seja, em trajetórias fenotípicas determinadas – que experimentaram recorrentemente um tipo de interação em campos sociais fortemente deformados por hierarquias, em que a luta pelo poder secundarizou todos os outros desejos, tornando-se uma espécie de ideia-fixa. Quem conviveu com psicopatas pode constatar como lhes falta a dimensão do outro.
É discutível se psicopatas políticos tenham alguma predisposição genética ou se todos não seriam variedades de sociopatas (produtos do meio social onde foram gerados). O certo é que ambos os termos se referem ao indivíduo com transtorno de personalidade antissocial (o que parece inquestionável se tomarmos o termo ‘antissocial’ no sentido que lhe atribui Humberto Maturana). Neste particularíssimo sentido, pode-se afirmar que todo hierarca é, em alguma medida, sociopata.
O psicopata ou sociopata instrumentaliza tudo a serviço dos seus propósitos, sem se incomodar com o fato de estar transformando os semelhantes em objetos, podendo manifestar comportamento amigável e gentil e até simular forte empatia (que não tem) para ganhar admiradores e seguidores, fiéis e eleitores.
Hans F. Sennholz já mostrou Por que o Estado atrai sociopatas. Não apenas gente como Stalin, Hitler, Mao, Pol Pot e Fidel podem ser considerados psicopatas (sociopatas) políticos. Pessoas como Chávez, Ortega e L---, também reúnem características desse tipo de transtorno e dizer isso não é uma agressão gratuita e sim fruto da observação sistemática dos seus comportamentos.
UM COMÍCIO FÚNEBRE
Um episódio em particular, ocorrido ontem (04/02/2017) trouxe o assunto à baila e acendeu uma polêmica.
Primeiro a notícia. L---, no velório de sua mulher, acusou a Lava Jato de “canalhice”.
Ele disse: “Marisa morreu triste por causa da canalhice e maldade que fizeram com ela”.
Em seguida, ele insultou os membros da Lava Jato:“Quero viver muito para provar que os facínoras levantaram leviandade contra ela”.
E também: “Se alguém tem medo de ser preso no país, eu quero dizer que este que está enterrando sua mulher hoje não tem”.
Em outra transcrição (confiram assistindo os vídeos do evento) L--- discursou:
“Ela está com uma estrelinha do PT no seu vestido, e eu tenho orgulho dessa mulher. Muitas vezes essa molecada [os sindicalistas] dormia no chão da praça da matriz [de São Bernardo do Campo] e a Marisa e outras companheiras vendendo bandeira, vendendo camiseta para a gente construir um partido que a direita quer destruir…
Na verdade, Marisa morreu triste. Porque a canalhice que fizeram com ela… E a imbecilidade e a maldade que fizeram com ela… Eu vou dedicar… Eu tenho 71 anos, não sei quando Deus me levará, acho que vou viver muito porque eu quero provar que os facínoras que levantaram leviandade com a Marisa tenham, um dia, a humildade de pedir desculpas a ela”.
No velório transformado em comício de campanha, segundo o jornal Valor, teve até discurso de Rui Falcão, presidente do PT, que aproveitou a comoção para dizer:
“Lula vai continuar nos liderando, com certeza, nas lutas que ainda temos pela frente. Acredito que não só os militantes do PT, mas também todo brasileiro quer que você continue na luta”.
Pela manhã, uma equipe da TV Globo já havia sido hostilizada por parte dos presentes (militantes do PT), aos gritos de “imprensa golpista” e “imprensa assassina”. A equipe deixou o local.
Agora as considerações.
Não se deve desejar ou comemorar a morte de ninguém. As pessoas que aproveitaram a morte de Marisa para atacar Lula erraram. E eu repudio todas as agressões à Marisa (que conheci pessoalmente, há mais de 30 anos). Mas também não se deve instrumentalizar a morte de alguém – sobretudo de um ente querido – para propósitos políticos. Transformar o velório de Marisa num ato político e atribuir a culpa à operação Lava Jato vai além do aceitável.
Ontem tuitei que só um psicopata teria coragem de fazer isso: instrumentalizar a morte da própria mulher para a luta política. Reafirmo aqui o que disse. Porque Lula não apenas consentiu que se armasse um palanque no velório (com decoração e tudo e até um banner gigantesco em que ele próprio aparecia com mais destaque ao seu lado). Fez pior. Ele “subiu” no palanque e discursou. Chamou os integrantes da força-tarefa de facínoras, dando a entender que a morte de Marisa foi de algum modo causada pelos agentes do Estado democrático de direito, que estão apenas obedecendo as leis. Ora, isso é falso. E revoltante.
Não foram as pessoas que usaram erradamente a morte de Marisa para atacar Lula o alvo do evento e sim os que estão cumprindo seu dever de investigar os crimes cometidos por Lula, que envolveram, sim, sua família (sua mulher e seus filhos). Os que criticam corretamente Lula não têm nenhuma responsabilidade pelo fato dos seus familiares estarem sendo investigados e processados. Quem atravessou o sinal – aproveitando um momento de dor, que deveria ser privado, para atacar os que consideram inimigos – foram os dirigentes e militantes do PT sob o comando dele, o líder-candidato. Nem a Máfia ousava fazer tanto. Mesmo quando o chefe de uma família era assassinado e os mandantes compareciam ao velório, mantinha-se o respeito e o decoro.
Esse tipo de comportamento é recorrente em Lula. Aconteceu no discurso que proferiu logo depois da sua condução coercitiva, fazendo-se de vítima. Se manifestou ao longo de toda a sua vida pública, quando deu uma rasteira em Paulo Vidal, seu orientador e antecessor no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, apagando-o da história, quando aprendeu a usar a mentira como método, acusando seus inimigos de fazer o que ele fazia e, sobretudo, quando “queimava” seus amigos, pessoas do próprio partido que poderiam lhe fazer sombra: assim fez com Suplicy, Erundina, Tarso Genro e outros (sim, eles vão negar) e, até, com seu “inimigo íntimo” Zé Dirceu (que ele chamava, em privado, de “filho da puta”).
São apenas alguns exemplos do tipo de personalidade do grande líder do PT que já foi apontado, pela força tarefa da Lava Jato, como chefe da organização criminosa que tentou tomar de assalto o Estado brasileiro. Esses traços de personalidade revelam um transtorno que é classificado pela literatura psiquiátrica como psicopatia (ou sociopatia).
Em outra transcrição (confiram assistindo os vídeos do evento) L--- discursou:
“Ela está com uma estrelinha do PT no seu vestido, e eu tenho orgulho dessa mulher. Muitas vezes essa molecada [os sindicalistas] dormia no chão da praça da matriz [de São Bernardo do Campo] e a Marisa e outras companheiras vendendo bandeira, vendendo camiseta para a gente construir um partido que a direita quer destruir…
Na verdade, Marisa morreu triste. Porque a canalhice que fizeram com ela… E a imbecilidade e a maldade que fizeram com ela… Eu vou dedicar… Eu tenho 71 anos, não sei quando Deus me levará, acho que vou viver muito porque eu quero provar que os facínoras que levantaram leviandade com a Marisa tenham, um dia, a humildade de pedir desculpas a ela”.
No velório transformado em comício de campanha, segundo o jornal Valor, teve até discurso de Rui Falcão, presidente do PT, que aproveitou a comoção para dizer:
“Lula vai continuar nos liderando, com certeza, nas lutas que ainda temos pela frente. Acredito que não só os militantes do PT, mas também todo brasileiro quer que você continue na luta”.
Pela manhã, uma equipe da TV Globo já havia sido hostilizada por parte dos presentes (militantes do PT), aos gritos de “imprensa golpista” e “imprensa assassina”. A equipe deixou o local.
Agora as considerações.
Não se deve desejar ou comemorar a morte de ninguém. As pessoas que aproveitaram a morte de Marisa para atacar Lula erraram. E eu repudio todas as agressões à Marisa (que conheci pessoalmente, há mais de 30 anos). Mas também não se deve instrumentalizar a morte de alguém – sobretudo de um ente querido – para propósitos políticos. Transformar o velório de Marisa num ato político e atribuir a culpa à operação Lava Jato vai além do aceitável.
Ontem tuitei que só um psicopata teria coragem de fazer isso: instrumentalizar a morte da própria mulher para a luta política. Reafirmo aqui o que disse. Porque Lula não apenas consentiu que se armasse um palanque no velório (com decoração e tudo e até um banner gigantesco em que ele próprio aparecia com mais destaque ao seu lado). Fez pior. Ele “subiu” no palanque e discursou. Chamou os integrantes da força-tarefa de facínoras, dando a entender que a morte de Marisa foi de algum modo causada pelos agentes do Estado democrático de direito, que estão apenas obedecendo as leis. Ora, isso é falso. E revoltante.
Não foram as pessoas que usaram erradamente a morte de Marisa para atacar Lula o alvo do evento e sim os que estão cumprindo seu dever de investigar os crimes cometidos por Lula, que envolveram, sim, sua família (sua mulher e seus filhos). Os que criticam corretamente Lula não têm nenhuma responsabilidade pelo fato dos seus familiares estarem sendo investigados e processados. Quem atravessou o sinal – aproveitando um momento de dor, que deveria ser privado, para atacar os que consideram inimigos – foram os dirigentes e militantes do PT sob o comando dele, o líder-candidato. Nem a Máfia ousava fazer tanto. Mesmo quando o chefe de uma família era assassinado e os mandantes compareciam ao velório, mantinha-se o respeito e o decoro.
Esse tipo de comportamento é recorrente em Lula. Aconteceu no discurso que proferiu logo depois da sua condução coercitiva, fazendo-se de vítima. Se manifestou ao longo de toda a sua vida pública, quando deu uma rasteira em Paulo Vidal, seu orientador e antecessor no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, apagando-o da história, quando aprendeu a usar a mentira como método, acusando seus inimigos de fazer o que ele fazia e, sobretudo, quando “queimava” seus amigos, pessoas do próprio partido que poderiam lhe fazer sombra: assim fez com Suplicy, Erundina, Tarso Genro e outros (sim, eles vão negar) e, até, com seu “inimigo íntimo” Zé Dirceu (que ele chamava, em privado, de “filho da puta”).
São apenas alguns exemplos do tipo de personalidade do grande líder do PT que já foi apontado, pela força tarefa da Lava Jato, como chefe da organização criminosa que tentou tomar de assalto o Estado brasileiro. Esses traços de personalidade revelam um transtorno que é classificado pela literatura psiquiátrica como psicopatia (ou sociopatia).
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