CPI da Petrobras gasta com
viagens que não deram em nada
Pedro Ladeira -
23.jul.2015/Folhapress
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O presidente da CPI
da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB)
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AGUIRRE TALENTO
RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA
RANIER BRAGON
DE BRASÍLIA
Além de ter pago R$
1,18 milhão para uma empresa de investigação que fez um relatório incompleto, a CPI da Petrobras já teve um custo
estimado de cerca de R$ 322 mil em viagens nacionais e até uma internacional
que pouco acrescentaram ao trabalho de investigação da comissão.
A última, com destino a Curitiba e realizada há
duas semanas, teve 16 pessoas ouvidas, mas só dois depoentes chegaram a
responder a perguntas –os demais permaneceram em silêncio. EU DIRIA QUE DOIS FORAM OUVIDOS, JÁ QUE O RESTANTE PERMANECEU EM SILÊNCIO. A NÃO SER QUE SE POSSA OUVIR QUEM NÃO ABRE A BOCA, A NÃO SER PARA BOCEJAR.
Os advogados dos depoentes que ficaram calados já
tinham avisado à comissão que eles não falariam, mas os deputados mantiveram a
viagem. O custo previsto com o deslocamento ao
Paraná é de cerca de R$ 108,7 mil, segundo dados da Câmara.
Como os depoimentos
ocorreram só no período da manhã, os deputados tiveram as tardes livres.
"Como já se sabia que a maioria ia ficar calada, poderiam ter programado
mais depoimentos por dia para ficarmos menos tempo", criticou a deputada
Eliziane Gama (PPS-MA).
A viagem mais cara
até agora foi a Londres com o objetivo de tomar o depoimento do ex-diretor da
empresa SBM Offshore Jonathan Taylor. Custou R$ 122 mil.
O deslocamento
ocorreu por um requerimento do deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA),
vice-presidente da CPI. Apesar de o objetivo ser apenas a tomada de um
depoimento, os deputados viajaram na noite de 16 de maio e só embarcaram de
volta na noite do dia 20.
Chegaram a Londres no
dia 17, um domingo, e não tiveram atividades oficiais. No dia seguinte, foram
recebidos em almoço pelo embaixador do Brasil Roberto Jaguaribe. Só no dia 19
pegaram o depoimento do ex-diretor da SBM.
Consta no sistema da
Câmara que, por causa de todos esses dias de viagem, os deputados receberam 5,5
diárias, para cobrir gastos como alimentação. Além de Imbassahy, outros sete
deputados também participaram.
Taylor forneceu
documentos que já havia liberado à CGU (Controladoria-Geral da União) e
explicou a atuação do representante da SBM no Brasil Julio Faerman no pagamento
de propinas. Como a CGU já tinha esses dados, a comissão não chegou a avançar
na apuração.
Deputados discutem a
possibilidade de fazer mais duas viagens internacionais, uma ao Canadá, para
apurar a obtenção de dados de celulares da Blackberry pela Polícia Federal, e
outra aos Estados Unidos, para saber dos processos relacionados à Petrobras
naquele país.
O presidente da CPI,
deputado Hugo Motta (PMDB-PB), considera "positivo" o saldo das
viagens e afirma que elas foram aprovadas por unanimidade pelos deputados.
"Não há como
fazer sem ter custo. Quando o dinheiro público é gasto em uma CPI que procura
fazer o que é certo, é um dinheiro público bem aplicado", afirmou.
SOMOU TUDO?
AGORA REPITA BEM ALTO:
Quem paga sou eu.
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