L---- está nas mãos de Dilma
Ex-presidente depende mais da presidente do que ela dele
Ricardo Noblat
Nem sempre o ano novo começa em 1º de janeiro. O ano político de 2015 começou, de fato, ontem, com a entrevista da senadora Martha Suplicy à jornalista Eliane Cantanhede, de O Estado de S. Paulo.
É necessário digeri-la bem para acompanhar a luta surda entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente L--- pelo controle não só do PT como dos seus principais aliados com vistas à eleição de 2018.
L--- quis suceder Dilma a partir deste ano. Dilma não deixou, e se reelegeu. Uma parte do PT, possivelmente a maior, quer L--- candidato à vaga de Dilma na eleição presidencial de 2018. Dependerá outra vez de Dilma.
Na montagem do seu novo governo, ela deu um chega para lá em nomes indicados por L--- ou a ele ligados. Por ora, Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil da presidência da República, parece contar com a preferência de Dilma para sucedê-la.
L--- a tudo observa sem adiantar suas pretensões.
L--- precisa mais de Dilma do que ela, no momento, precisa dele. Precisa que ela seja bem-sucedida. Se não for, a conta do seu fracasso lhe será debitada. E com razão.
Não foi L--- que inventou a história de Dilma, “a excepcional gestora?” Uma gestora até melhor do que ele? Não foi L--- que pregou: “Votem na mulher”? E não foi a ideia da “mulher de L---” que atraiu os milhões de votos que em 2010 elegeram Dilma e derrotaram José Serra, do PSDB?
E então? Não bastará que ela governe bem. É preciso também que o apoie.
Agamenon Magalhães, governador de Pernambuco nos anos 50 do século passado, dizia que “ninguém governa governador”. Ninguém preside presidente. A não ser que ele seja um “banana”.
Dilma pode ser tudo, mas uma banana não é. Foi capaz de se impor a L--- e barrar seus passos no caminho de volta à presidência. Resistiu à pressão de L--- para que mudasse sua equipe econômica no segundo semestre de 2013.
Se tivesse cedido, L--- poderia tê-la atropelado, saindo candidato. Mudou a equipe agora. E escalou quem quis.
Dilma só precisará de --- se por acaso for mal e enfrentar problemas com as ruas. “L--- está fora, totalmente fora”, comentou Martha. Mas ele ainda é o dono da chave dos movimentos sociais, todos dependentes dos favores do governo.
E é L---, Dilma não, quem melhor transita entre os partidos que sustentam o governo dentro do Congresso. A insatisfação deles com a repartição de poder feita por Dilma só perde para a do PT lulista.
Se Dilma fracassar, L--- fracassará com ela pela absoluta impossibilidade de se desmarcar de sua criatura. Quem está, portanto, numa sinuca de bico é L--e não Dilma.
O sucesso dela não será obrigatoriamente o sucesso dele. Mas o fracasso será, sim.
Enquanto isso, Mercadante espreita tudo de perto. E dá-se ao luxo de dizer que seu candidato à vaga de Dilma é L---. Martha desmente que seja.
L--- acha que Mercadante sequestrou o governo. Martha detesta Mercadante, despreza Dilma e está magoada com o PT.
“Mercadante é inimigo. Rui Falcão, presidente do PT, traiu o partido. E o partido se acovardou ao recusar o debate sobre quem era o melhor [candidato] para o país, mesmo sabendo das limitações de Dilma”, espicaça Martha. “Já no primeiro dia [do segundo governo Dilma] vimos um ministério cujo critério foi a exclusão de todos que eram próximos de L---”.
A senadora sente-se marginalizada dentro de um partido “cada vez mais isolado e que luta apenas pela manutenção do poder”. Pensa em deixá-lo. Talvez em breve.
TODO LUÍS INÁCIO
TEM SEU DIA DE
PAULO VIDAL.
OBS.: talvez Ricardo Noblat esteja sendo muito ingênuo ao acreditar que o presidente não estará planejando um jeito bem característico para driblar o que disse quando quis ver Dilma na Presidência, ou seja, para se ver presidente ainda em 2014. Só que a vaca tossui! KOFF, KOFFF !!!
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