Dilma
MANDA ministro divulgar que regra de reajuste do salário mínimo não muda
O Globo: Depois de endurecer as regras de acesso a
benefícios trabalhistas e previdenciários e receber críticas de sindicalistas,
a presidente Dilma mandou sua equipe divulgar que será mantida a regra atual de
correção do salário mínimo.
Dilma MANDA , e Barbosa desmente mudança no reajuste do salário mínimo
RECUO ocorre pouco mais de 24 horas após novo ministro dizer que alteraria fórmula
Com apenas um dia no cargo de ministro do Planejamento, Nelson Barbosa já levou a primeira bronca da presidente da República. Dilma Rousseff MANDOU o auxiliar desmentir as manchetes dos jornais sobre uma nova política de reajuste do salário mínimo.
Na manhã deste sábado, depois de ler os jornais na praia, na base naval de Aratu, na Bahia, onde descansa (A POSSE DA PRESIDÊNCIA DEVE CANSAR MUITO) a presidente ficou irritada. Ela mandou o ministro redigir uma nota para desmentir as notícias.
Já no início da tarde deste sábado, o ministério do Planejamento soltou nota em que Barbosa afirma:
“A proposta de valorização do salário mínimo a partir de 2016 seguirá a regra de reajuste atualmente vigente”. A nota diz que a proposta requer um novo projeto de lei, que será enviado ao Congresso este ano.
Com o comunicado, Barbosa VOLTA ATRÁS em relação às declarações que deu há pouco mais de 24 horas, durante a cerimônia de transmissão de cargo. Na ocasião, o ministro deixou claro que proporia uma "nova regra" para o reajuste do salário mínimo, Atualmente, o piso nacional é definido com base na inflação do ano anterior (medida pelo INPC) acrescida da variação do PIB dos dois anos anteriores. A regra expira neste ano e, portanto, precisa ser modificada ou renovada.
MUDANÇA FOI CRITICADA POR SINDICALISTAS NA SEXTA
Ajustes no salário mínimo fazem parte do que é considerado por especialistas o maior desafio da nova equipe econômica: equilibrar as contas públicas. Isso porque o piso nacional serve de base para gastos do governo como a Previdência Social. No fim do ano, o Banco Central divulgou que o governo registrou em novembro o pior rombo fiscal em 17 anos, acumulando déficit primário de R$ 19,6 bilhões no ano. Com isso, fica praticamente impossível cumprir a meta de superávit primário, de R$ 10,1 bilhões.
Na cerimônia de sexta-feira, Barbosa repetiu o discurso que adotou quando foi anunciado oficialmente como sucessor de Miriam Belchior, dizendo que, para continuar a garantir ganhos reais aos trabalhadores, o governo precisa fazer ajustes. Segundo ele, esse processo já começou, com o aumento da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e das restrições às condições de empréstimos por parte do BNDES. Na semana passada, o governo alterou ainda as regras do seguro-desemprego, restringindo o acesso ao benefício.
Num linguajar bem inteligível: A presidente da República já começou a enfrentar quem chamou para salvar nosso pais de um caos econômico.
Quem nasceu para destruir, jamais saberá construir.
Você deixaria que sua empresa fosse dirigida por quem não soube administrar uma lojinha com coisas de R $ 1,99?
Dilma avacalha os novos ministros econômicos
Josias de Souza - 04/01/2015
Para assumir o segundo mandato, Dilma interrompeu os banhos de Sol na praia que adorna a base naval de Aratu, na Bahia. No discurso de posse, queimou o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Reempossada, Dilma voltou à praia. Lendo os jornais, abespinhou-se. E tostou o novo ministro do Planejamento, ordenando-lhe que divulgasse um autodesmentido.
De duas, uma: ou o sol da Bahia derreteu a memória de Dilma ou Levy e Barbosa entraram numa fria. A presidente faria um bem a si mesma se chamasse seus dois auxiliares econômicos para uma nova conversa. Não se sabe o que disse a ambos quando os convenceu a assumir o abacaxi que herdou para si mesma. Mas já está claro que, expressando-se no mesmo idioma, os três se desentenderam.
Dilma queimou Levy no trecho do discurso inaugural em que virou a página da campanha presidencial. Para trás. A certa altura, ela disse: “As mudanças que o país espera para os próximos quatro anos dependem muito da estabilidade e da credibilidade da economia.” Por um instante, teve-se a impressão de que a oradora falaria sério. Mas ela retornou ao palanque na frase seguinte: “Isso, para nós todos, não é novidade. Sempre orientei minhas ações pela convicção sobre o valor da estabilidade econômica, da centralidade do controle da inflação e do imperativo da disciplina fiscal, e a necessidade de conquistar e merecer a confiança dos trabalhadores e dos empresários.
Mesmo em meio a um ambiente internacional de extrema instabilidade e incerteza econômica, o respeito a esses fundamentos econômicos nos permitiu colher resultados positivos. Em todos os anos do meu primeiro mandato, a inflação permaneceu abaixo do teto da meta e assim vai continuar.”
Quem assistiu deve ter perguntado aos seus botões, que não responderam porque também não entenderam nada: “Se a economia encontra-se estabilizada, se os cofres públicos estão em ordem, se a inflação não fugiu ao controle e se os resultados são tão positivos, por que diabos Dilma mandou ao olho da rua o companheiro Guido Mantega?''
“Mais que ninguém sei que o Brasil precisa voltar a crescer”, disse Dilma noutro trecho. “Os primeiros passos desta caminhada passam por um ajuste nas contas públicas. […] Faremos isso com o menor sacrifício possível para a população, em especial para os mais necessitados. Reafirmo meu profundo compromisso com a manutenção de todos os direitos trabalhistas e previdenciários.” Esse palavrório refrigerado não combina com o compromisso árido assumido por Levy, sob refletores, de entregar um superávit de 1,2% do PIB já em 2015. Em reais, isso significa algo como R$ 100 bilhões. Contra esse pano de fundo, o “menor sacrifício possível'' se parece muito com o sorvo de um gigante faminto.
Um dia depois da posse da presidente, assumiram seus postos alguns dos 39 ministros. Entre eles Nelson Barbosa. Já na pele de titular do Planejamento, ele deu uma entrevista [vídeo aqui]. Indagado sobre a fórmula de reajuste do salário mínimo, sapecou: “Vamos propor uma nova regra para 2016 a 2019 ao Congresso nos próximos meses. Continuará a haver aumento real do salário mínimo''.
Levada às manchetes, a frase alcançou Dilma na praia. Irritada, ela tocou o telefone para Aloizio Mercadante, seu economista de cabeceira. Depois, ordenou a Barbosa que se imolasse em praça pública, desmentindo-se por escrito. Foi obedecida. Em sua nota, Barbosa foi curto e fino. Escreveu que “a proposta de valorização do salário mínimo, a partir de 2016, seguirá a regra de reajuste atualmente vigente.”
A regra vigente prevê que o mínimo sobe conforme a inflação do ano anterior, acrescida da variação do PIB de dois anos antes. Essa fórmula só vale até este ano de 2015. Para renová-la ou modificá-la, o governo terá de enviar um projeto ao Congresso. Barbosa apenas antecipou uma mudança que lhe parecia decidida.
Auxiliares de Dilma dizem que, de fato, o tema vinha sendo debatido internamente. Mas a presidente avaliou que o novo chefe do Planejamento atravessou o carro na frente dos bois. Nessa versão, Dilma só pretendia levar a novidade à vitrine no segundo semestre. Agora, babau.
Uma coisa é preciso dizer sobre Dilma: ela cada vez se dá melhor com ela mesma. Não fosse pela insistência de L---, não teria dado o cavalo-de-pau econômico, sequestrando a agenda de ajustes do adversário tucano. Executada a guinada, a inadequação é cada vez mais evidente.
Dilma com Levy e Cia. a tiracolo vai passando a impressão de uma presidente que, no vaivém entre a praia baiana e o carpete brasiliense, vestiu o maiô de banho por cima do conjunto de saia e blusão que usou na posse.
No fundo, o modelito dos sonhos de Dilma é mesmo Guido Mantega, um ministro prêt-à-porter, pronto para ser usado. Uma evidência de que, como na moda, os gestores econômicos vão e vêm, mudam sempre; o ridículo é que é permanente. Resta saber até que ponto Levy e Barbosa estão dispostos a aceitar a avacalhação.
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