Vaccari tem dupla cidadania e está sendo vigiado pela PF
Carlos Newton
A prisão do ex-diretor Nestor Cerveró aumentou a preocupação no PT, no Planalto e no Instituto Lula, devido à extrema gravidade da situação em que se encontra o partido e o governo, em função das ligações diretas entre o ex-diretor Renato Duque e o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, no esquema de corrupção da Petrobras, abrindo o caminho da ramificação que fatalmente conduzirá ao envolvimento da cúpula do PT.
Já divulgamos aqui (?) que as relações entre Duque e Vaccari se tornaram tão fortes e íntimas que o tesoureiro do PT chegou a viajar de Brasília para o Rio de Janeiro, como convidado especial do casamento de uma das filhas do ex-diretor da Petrobras.
O fato é que a situação no Planalto, no PT e no Instituto Lula é de muita apreensão, porque a própria Petrobras acaba de confirmar o envolvimento de Duque como um dos principais integrantes da quadrilha que se formou na estatal. Compreensivelmente, Vaccari está sumido e somente alguns dirigentes do PT sabem onde ele se esconde desde que passou a ser a peça-chave do próximo desdobramento da Operação Lava Jato, porque é sabido que o tesoureiro do PT inevitavelmente terá prisão preventiva decretada na próxima etapa da operação Lava Jato, quando a Polícia Federal for recolher os últimos envolvidos.
TUDO DEPENDE DE VACCARI
Nos jornais, nas rádios e nas televisões, ninguém destaca o fato de que hoje o futuro do PT, do ex-presidente Lula e de sua sucessora Dilma Rousseff, tudo depende diretamente de Vaccari, e as informações são de que ele que está cada vez mais deprimido. Em sua última aparição pública, num congresso do PT, estava arrasado, se limitava a dizer que não havia feito nada errado, embora sua biografia esteja toda emporcalhada desde quando presidiu a Cooperativa dos Bancários de São Paulo, deixou de construir imóveis para os sindicalizados e ergueu o prédio de luxo no Guarujá para abrigar a família Lula num triplex de apenas R$ 47 mil e outros dirigentes do PT e da CUT em apartamentos mais modestos, digamos assim.
Vaccari já responde a processo por essas irregularidades na Cooperativa, que ele presidiu entre 2004 e 2010. Segundo a denúncia do Ministério Público, em vez de aplicar o dinheiro para erguer apartamentos, Vaccari desviava recursos para contas bancárias de seus diretores e para abastecer o caixa 2 de campanhas do PT, incluindo a que levou Lula ao segundo mandato. No processo, Vaccari é réu por estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Com esse currículo, foi escolhido para cuidar das finanças do PT. O homem certo no lugar certo, como se dizia antigamente.
HOMEM-BOMBA
Embora tenha ficado de fora do processo do mensalão, Vaccari era suspeito de participar do esquema cobrando propinas, no período em que exerceu a função de administrador informal da relação entre o PT e os fundos de pensão das empresas estatais, além de bancos e corretoras.
Caso preze a liberdade e aceite fazer delação premiada, Vaccari se transformará num homem-bomba que pode detonar todo o conluio de perpetuação do partido no poder, além de acelerar o consequente impeachment da presidente Dilma. Com toda certeza, outros importantes petistas serão atingidos, como José Dirceu, que também chefiava a quadrilha da Petrobras, José Genoino, que à época era presidente do partido, e Delúbio Soares, que era tesoureiro antes de Vaccari.
Da mesma forma, outros mensaleiros da base aliada que participaram dos dois esquemas também serão novamente processados e condenados, porque desta vez não se pode esperar complacência e subordinação do Supremo Tribunal Federal ao Planalto. Tudo tem limites. Se o governo e o PT vão explodir, os ministros do STF logo irão tirar o corpo fora, porque na Justiça não existe submissão a perdedores.
Aguardamos a explosão!
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