"... O soldado
é obediente, mas não é servil..."
(Marechal Deodoro da
Fonseca, 5 de fevereirode 1888).
Jaques Wagner, apenas
um petista...
Caros amigos,
Um velho Coronel da Força Aérea Brasileira, Cyrano
Portocarrero, grande amigo do meu pai, forjou a seguinte máxima:
“Um homem, sem seu cavalo, é apenas um homem.
Um cavalo, sem
seu cavaleiro, é sempre um cavalo”.
O pensamento visa a chamar a atenção para a nobreza do
cavalo diante da insignificância do homem. Coisa dos que chamamos de“homens do
cavalo”, entre os quais, honrado, me incluo!
É com este espírito, mal comparando, que enxergo a nomeação
do governador Jaques Wagner para o Ministério da Defesa, no qual ele é apenas
um petista, com toda a insignificância decrescente que o título encerra, já as
Forças Armadas, com ou sem ministro, serão sempre Instituições Nacionais
Permanentes, com toda a importância que o texto constitucional lhes confere!
Assim, pouco importam as virtudes ou os vícios do Sr JW,
pois ele só terá significado e importância se os militares houverem por bem
incorporá-lo ao seu meio e prestigiá-lo como Chefe Militar, o que ele não é,
nem nunca será!
Como disse, ele não passa de um petista desempregado, cujo
único contato com o nosso meio foi em passagem pelo Colégio Militar do Rio de
Janeiro. Deve ter feito amigos que seguiram a carreira e que hoje estão em
reserva, nada mais. Pouco se sabe sobre ele neste período, o que me induz a
pensar em mediocridade...
Como virtudes, se é que podemos chamar assim, JW tem a
proximidade, a simpatia e a confiança da Governanta Dilma Rousseff bem como a
facilidade de trânsito nos meandros do Congresso Nacional. Cabe aos Comandantes
das Forças e a seus Altos Comandos saber usar estas “virtudes”, mantendo, dele
e do governo, a distância de segurança necessária para manobrar no espaço que
lhes confere o afastamento do poder e a liberdade de não serem membros e de não
terem outros compromissos com o governo além do cumprimento de suas missões
constitucionais.
Se JW fez o CFR (Curso de Formação de Reservistas) do CMRJ,
deve lembrar-se da máxima de que “quem dá a missão, dá os meios”! Basta
lembrá-lo disso ou ensiná-lo sobre o tema desde logo e, após, manter a voga e a
pressão !
JW foi sindicalista e saberá interpretar o espírito da
mensagem em todos os aspectos ela que encerra, inclusive no social, ligado às
necessidades da Família Militar.
Entendo que se deve respeitar a autoridade do Ministro da
Defesa, nos seus devidos limites, mas não há qualquer motivo para incorporar o
petista JW ao nosso convívio ou para ter com ele consideração além da
regulamentar, ou seja, enquanto ele estiver ministro deve ser cobrado e exigido
pelas Forças em tudo o que lhe cabe como intermediário junto aos Poderes da
República. Não há razão para termos qualquer outro tipo relacionamento ou de
consideração para com ele.
Ele, estando ministro ou não, é apenas um político filiado
ao partido dos trabalhadores, enquanto nós seremos sempre Marinheiros, Soldados
e Aviadores do Brasil!
Os militares conhecem todos os limites do exercício do poder
legal, conhecem suas missões, seus deveres e seus compromissos para com a Nação
e, para serem eficientes, eficazes e efetivos não precisam bajular ou prestar
vassalagem a quem quer que seja, basta-lhes a lei, os regulamentos e a
confiança dos brasileiros!
Portanto, qualquer que seja o Ministro da Defesa,
precisamos, isto sim, de Comandantes, Chefes e Líderes Militares, eles é que
fazem a diferença !
É o que penso e espero!
Gen Bda Paulo Chagas
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