PARTIDOS POLÍTICOS NÃO SE INTERESSAM PELOS INTERESSES DOS ELEITORES
Rejeição preocupa PT em redutos da periferia paulistana
ANTIGAMENTE AS PESSOAS PENSAVAM QUE NÃO TER TRANSPOSRTE FAZIA PARTE DO SEU DIA A DIA. MAS CHEGOU UM PARTIDO QUE OS CONVENCEU DE QUE ELES TÊM TUDO. TUDO DERAM E TUDO TIRARAM. AGORA, AGUENTEM O CUSTO DA TAPEAÇÃO!
Luta do Transporte no
Extremo Sul/ Estudantes interrompem fala de prefeito com protesto em
Parelheiros (SP) -19.07.2015
Há 40 anos morando no bairro Piraporinha, no extremo sul de São
Paulo, o comerciante Oziel Duarte, de 63 anos, votou no PT em todas as eleições
desde que o partido foi fundado, em 1980. Na disputa pela capital em 2012,
ajudou a região a registrar a maior diferença absoluta entre o petista Fernando
Haddad e o tucano José Serra no segundo turno. Agora, pensa diferente: pela
primeira vez, Duarte responde que pretende votar nulo nas próximas eleições.
"Quando vejo o
noticiário, só ouço falar de roubo e corrupção", disse o
comerciante, ao expor as razões para não
querer escolher um candidato a prefeito no ano que vem. O relato de
Duarte exemplifica um fenômeno que mobiliza e preocupa os petistas a mais de um
ano para a eleição municipal, ao mesmo tempo que já norteia a estratégia dos
partidos que aspiram ocupar a cadeira de Haddad e impedir sua reeleição.
O alto índice de rejeição ao governo da presidente Dilma
Rousseff, que atingiu 68% em pesquisa do Ibope divulgada no começo de julho e
registrou o pior desempenho de um presidente desde o fim da ditadura, somado à
agenda negativa provocada pela Operação
Lava Jato, estão cada vez mais próximos dos eleitores do chamado
"cinturão vermelho", conjunto de bairros nos extremos da capital que
desde 2000 tem votado sistematicamente em peso no PT.
Não bastasse a própria baixa taxa
de aprovação, Haddad terá pela frente o desafio de enfrentar um sentimento antipetista sem precedentes.
"Nas eleições na capital a
gente não investia muito nos redutos petistas porque sabíamos que não
adiantaria. Mas o 'mercado' de hoje está diferente. Não há mais reduto petista onde não vale a pena investir",
avalia o marqueteiro Nelson Biondi, responsável por campanhas do PSDB na
capital e no Estado e também pela estratégia que elegeu Paulo Maluf nos anos
90. "O PT desconfigurou o
cenário."
Não por acaso, o PSDB decidiu que
em 2016 mudará sua estratégia "territorial" para ocupar novos
espaços.
"Em função das coligações e
para contemplar aliados, nós não lançamos candidatos a vereador em todas as
regiões nas últimas eleições. Agora,
lançaremos candidatos a vereador tucanos em todos os redutos petistas. Já
estamos fazendo um levantamento", diz o
vereador Mario Covas Neto, o Zuzinha, presidente municipal do PSDB (clâ!).
Provável candidata à Prefeitura
em 2016 pelo PSB, a senadora Marta Suplicy,
recém-saída do PT, traçou estratégia semelhante. Ela tem aproveitado os
fins de semana para visitar os bairros do cinturão vermelho que foram
responsáveis por sua eleição como prefeita em 2000 e nos quais ainda tem
eleitores.
Para conferir um caráter
institucional às visitas, Marta "pegou carona" em um projeto da
Câmara Municipal chamado "Câmara no seu bairro".
Criado por um ex-aliado, o vereador
petista Antonio Donato, atual presidente da Casa e ex-secretário de Governo de
Haddad, o projeto consiste em realizar sessões públicas fora da sede do
Legislativo paulistano para "aproximar a população dos vereadores".
Ao constatar que Marta estava
roubando a cena nos eventos, correligionários de Haddad passaram a reclamar, em
caráter reservado, que Donato estaria ajudando a ex-aliada, o que ele NEGA.
Para tentar impedir que o antipetismo já visto em bairros
mais centrais chegue de vez ao cinturão vermelho e melhorar sua imagem nessas
áreas, Haddad criou um programa semelhante, batizado de "Prefeitura no seu
bairro".
Em outra frente, o PT está atuando diretamente nos
diretórios zonais do partido para que os dirigentes locais "fechem as
portas" para Marta. A estratégia consiste em mapear os quadros
identificados com o "martismo" na periferia paulistana e impedir que
a senadora reative suas redes.
Único pré-candidato já declarado
à Prefeitura, o deputado Celso Russomanno (PRB) aposta em uma estratégia
diferente.
Como não tem a mesma capilaridade
partidária de petistas e tucanos,
ele pretende aproveitar a exposição que tem na TV Record para investir nos "votos de opinião" nos campos vermelho (regiões identificadas com
os petistas) e azul (redutos tucanos nas áreas mais centrais). Assim que
terminar o recesso parlamentar, o deputado ganhará um quadro no programa de
maior audiência da casa, o Cidade Alerta. As informações são do jornal O Estado
de S. Paulo.
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