Este espaço é desaconselhável a menores de 21 anos, porque a história de nossos políticos pode causar deficiência moral irreversível.
Este espaço se resume
, principalmente, à vida de quengas disfarçadas de homens públicos; oportunistas que se aproveitam de tudo e roubam sem
punição. Uma gente miúda com pose de autoridade respeitável, que
engana o povo e dele debocha; vende a consciência e o respeito por si próprios em troca de dinheiro sujo. A maioria só não vende o corpo porque este, além de apodrecido, tem mais de trinta anos... não de idade, mas de vida
pública.


OPINIÕES PESSOAIS

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

"Salve-se quem puder, dane-se o resto"

 
FORA PATIFARIA
 
A sem-vergonhice sentou praça
 
 
O Estado de São Paulo   
EDITORIAL
 
 

O panorama de ampla, geral e irrestrita sem-vergonhice escancarado pela divulgação diária de novas e escandalosas roubalheiras, conchavos e chicanas coloca o País diante do risco da banalização de uma rotina que pode acabar transformando em conformismo a indignação que hoje assalta a consciência cívica nacional.  Afinal, se todo mundo é ladrão, se é impossível associar política a princípios morais, se a regra é o salve-se quem puder, dane-se o resto, que eu vou cuidar da minha própria vida. Foi algo assim – no caso, o processo de conversão ao “pragmatismo” – que abriu a L--- e a seu PT o caminho de acesso ao poder e à insensibilidade moral.

Passou a valer o debochado aforismo: “Instaure-se a moralidade, ou nos locupletemos todos”,
sendo apenas para constar a primeira alternativa do brocardo. É a lógica dos safados, a desculpa dos picaretas, o refúgio da bandidagem engravatada. É a motivação oculta dos idealistas de fôlego curto que acabaram descobrindo que é muito mais fácil e proveitoso desfrutar do poder do que usá-lo para promover o bem geral.Só que L--- e sua tigrada não consideraram que no clube do “locupletemo-nos todos” teriam de dividir espaço com gente de larga experiência na matéria, velhos e astutos coronéis e capas pretas da política. E, quando os petistas tentaram transformar esses “aliados” em meros coadjuvantes na cena política, deu-se o desastre: surgiu um Eduardo Cunha para mostrar que L---, Dilma & Cia. eram pouco mais que aprendizes afoitos e desastrados em matéria de malandragem, dissimulação e falta de escrúpulos.

Misturada a sem-vergonhice com a incompetência, o País mergulhou na atual crise, cuja marca mais perniciosa tem sido a falta de esperança numa solução de curto ou de médio prazo.

Os brasileiros não podem, no entanto, simplesmente dar as costas àquilo que repudiam e renunciar ao direito de lutar pela construção de seu próprio destino. O primeiro passo é identificar com clareza as figuras que, por nefastas, merecem ser punidas com a expulsão da vida política. É uma punição para a qual a democracia oferece a todos uma arma poderosa: o voto.

É mais do que óbvio que, depois de 12 anos no governo, a irresponsabilidade do populismo lulopetista é a principal culpada pelas agruras que maltratam hoje os brasileiros, de modo especial os mais pobres, em nome dos quais o PT reclamou o poder. E quem personifica, desde sempre, a imagem do PT? Não é, certamente, a presidente Dilma Rousseff, que já está com prazo de validade vencido. O PT é L--- E a grandeza de L--- se mede por um de seus últimos atos na Presidência da República.

Em dezembro de 2010, L--- ordenou a seu chanceler, Celso Amorim, que ignorasse o regulamento do Itamaraty e contemplasse com passaportes diplomáticos os petizes Da Silva, que estavam, já então, destinados a iniciar prósperas carreiras como empresários. Que mal há nisso? O mal, na questão dos passaportes, é que está errado, não pode, a lei não permite, nem mesmo um presidente que deixa o cargo desfrutando de altíssima popularidade está acima da lei. Em resumo, é imoral.

Exatamente porque não hesitou em beneficiar a filharada com favores indignos, L--- demonstrou que não teria dúvidas em fazer o mesmo em outras circunstâncias, digamos, menos triviais. O noticiário recente exibe o elenco de possibilidades que se abriram à sortuda prole.

Tudo passa, para recorrer ainda à sabedoria popular de que L--- se vangloria de ser guardião. Dilma, por exemplo, passará. Mas L--- acha que ficará – e mexe os pauzinhos para chegar a 2018 como o salvador da pátria, a mesma que ajudou a enfiar neste buraco fundo em que estamos.

Mais cedo ou mais tarde, L--- terá de se haver ou com a ação conjugada da PF com o MPF ou com as urnas. Da condenação destas últimas só escapará se os brasileiros perderem a fé em que podem ser sujeitos e não meros objetos da História.



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